Este blog serve para identificar lugares recônditos do país, tradições, sítios com história, ou simplesmente lugares naturais de uma beleza deslumbrante. Urge preservar esses espaços para as gerações futuras afim de termos orgulho da nossa essência lusitana.
terça-feira, 31 de março de 2009
Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos)
Classificado como monumento nacional, este imóvel medieval é considerado um dos melhores exemplares arquitectónicos existentes no país, de transição do estilo românico para o gótico. Com origem anterior ao séc. X, foi posteriormente (séc. XII) a primeira casa mãe dos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta em Portugal. Da construção românica resta apenas, nas traseiras da igreja, uma ala incompleta do claustro, um portal e uma janela com decoração vegetalista. Foi reedificado no séc. XIV, segundo o modelo das igrejas fortaleza. A fachada principal de estilo gótico, com ampla rosácea radiada e rematada por uma cruz da Ordem de Malta, possui torre de menagem de traça românica, coroada de ameias. No interior, dividido em três naves, podemos admirar a capela-mor com abóbada de nervuras, a capela de Nossa Senhora do Rosário ou do Ferro e os túmulos de vários cavaleiros e frades, destacando-se a arca tumular de Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem, com estátua jacente da autoria de Diogo Pires, o Moço, bem como a pia baptismal, cuja base é decorada por animais exóticos. No exterior, o Cruzeiro é também da autoria do mesmo mestre coimbrão. Foi neste Mosteiro que o rei D. Fernando casou com D. Leonor de Teles
domingo, 29 de março de 2009
Igreja de Castro de Avelãs (Bragança)
O nome do pequeno povoado de Castro de Avelãs, 3 Km a oeste de Bragança, está intimamente relacionado com o Mosteiro beneditino de São Salvador, referenciado, pelas gentes, como Mosteiro ou Igreja de Castro de Avelãs.
Localizado, na margem esquerda de um pequeno rio, num extenso vale e terra fértil e água abundante foi crescendo sob a protecção de D. Afonso Henriques. As primeiras referências escritas ao monumento datam, pelo menos, de “29 de Julho de 1145”. A data da sua fundação continua pouco clara e o ano de 667 tem aparecido como data hipotética. Da glória do passado apenas resta a cabeceira da Igreja datada da primeira metade do século XIII, um dos poucos vestígios que teimam em resistir à negligência e ao desgaste natural do tempo.
Conserva traça românica onde se cruzam elementos barrocos. A cabeceira apresenta características raras em Portugal: totalmente revestida a tijolo, em estilo românico-mudéjar, rematado por fiadas em ziguezague.
sábado, 28 de março de 2009
Castanheiro de Lagarelhos (Vinhais)
Em pleno Nordeste Transmontano, na Aldeia de Lagarelhos, freguesia de Vilar de Ossos, Vinhais, encontra-se um dos castanheiros com maior perímetro de Portugal.
Está classificado desde o ano 2000 como Árvore de Interesse Público. Tem uma copa com mais de 17 metros de diâmetro e o seu tronco à altura do peito (i.e. a 1,30m de altura), tem um perímetro de 12,80m. Impressionantemente, apesar da idade, continua a produzir bastantes castanhas.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Penha Garcia (Idanha-a-Nova)
Considerado por muitos o "presépio" da Beira, Penha Garcia situa-se na encosta da Serra com o mesmo nome, ramificação da Serra da Malcata e na margem direita do rio Pônsul.
Trata-se de uma povoação muito antiga, com povoamento neolítico, foi castro Lusitano e povoação Romana. Depois da Reconquista, D. Afonso III atribui-lhe foral e doa Penha Garcia à Ordem de Santiago para que esta efectuasse a fortificação da zona. Tal não veio a acontecer e D. Dinis retira-se dessa ordem a favor da Ordem do Templo e posteriormente, para a Ordem de Cristo. Foi couto do reino e de homiziados, até ao séc. XVIII e sede de concelho até 6 de Novembro de 1836.
Do castelo, edificado pelos Templários sobre o castro romano, restam fragmentos de muralhas em bom estado de conservação. A partir daqui, desfruta-se de uma vista sobre toda a campina Raiana, barragem e Vale Feitoso, que de certo jamais esquecerá.
As ruas labirínticas compostas por pequenas casas de xisto e de gorrão estão cobertas de flores. O Pelourinho do reinado de D. Sebastião, o canhão que jaz à soleira da porta, a Igreja Matriz que guarda no seu interior uma verdadeira jóia - a imagem de Nossa Senhora do Leite (de 1469) esculpida em calcário de ançã, o esplêndido pão caseiro e os bolos de azeite (bicas), são outros dos atractivos desta bonita freguesia.
As fragas da Serra de Penha Garcia são um verdadeiro oásis para os paleontologistas, geólogos e apaixonados da natureza pois, facilmente encontramos inúmeros fósseis marinhos. A água da barragem de Penha Garcia é de excelente qualidade e é uma das que abastece todo o concelho.
sábado, 21 de março de 2009
Ribeira da Foupana (Alcoutim)
A Ribeira da Foupana, insere-se na unidade de paisagem Rio Guadiana e Ribeiras adjacentes. Nesta linha de água de excepcional valor cénico paisagístico, pode-se observar um vale aberto, com várias curvas que a Ribeira descreveu para continuar o seu curso natural até à foz. Divide o Concelho de Alcoutim do Concelho de Castro Marim e é um dos principais afluentes do Rio Guadiana. Em tempos, as margens da Ribeira foram muito aproveitadas para a edificação de azenhas, uma vez que era necessário transformar os cereais em farinha. Um Algarve desertificado, menos conhecido e muito mais sossegado.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Fortaleza de Juromenha (Alandroal)
D. Dinis elevou Juromenha a vila e tornou-a sede de concelho. As muralhas de taipa do período islâmico foram reforçadas com a construção de 17 torres quadrangulares, possuindo a de menagem de 45 metros de altura. Os casamentos de Afonso IV de Portugal com Beatriz de Castela e de Afonso XI de Castela e Maria de Portugal aqui se realizaram. Parte do castelo foi destruída em 1659 em consequência de uma explosão do paiol. Em 1662, João de Áustria, toma a praça, vitória tornada inútil pelos sucessos das armas portuguesas nas batalhas de Ameixial, 1663, e Montes Claros, 1665. Aos nossos dias chegaram troços das muralhas dos séculos XIII e XVII, ruínas dos Paços do Concelho, da Casa do Governador, e da torre de menagem. Barbacãs medievas, baluartes seiscentistas, fossos, guaritas e canhoneiras continuam a dominar a margem direita do Guadiana, agora muito engrossado pelo enchimento da barragem de Alqueva.
A Câmara de Alandroal vai avançar, em parceria com privados, com uma iniciativa que contempla a recuperação da fortaleza e vai criar infra-estruturas para acolher turistas, num investimento de 20 milhões de euros que abrange a construção de uma pousada, restaurante panorâmico com instalações para acolher congressos, posto de turismo, lojas e 71 habitações de turismo em espaço rural.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Solar de Mateus (Vila Real)
O Palácio de Mateus é uma casa solarenga de grande elegância e uma das maiores expressões da arquitectura civil do Barroco nortenho, possuindo ainda belos jardins e extensas propriedades vinículas circundantes.
Data de 1619 a sua construção original, mas o palácio actual está ligado à pessoa de António José Botelho Mourão, seu proprietário em 1721, sabendo-se por documentação coeva que o renovado palácio foi concluído em 1750 pelo seu filho, D. Luís António Mourão.
Robert Smith atribuiu ao arquitecto italiano Nicolau Nasoni a responsabilidade pelo projecto do Solar de Mateus. De acordo ainda com este historiador de arte, Nasoni terá remodelado um palácio já construído, pois as compridas e planas alas configuram-se de modo diferente face à exuberância do pátio da entrada.
O edifício é constituído por três corpos, sendo o central recuado. A fachada principal apresenta grandes janelas com frontões triangulares simples e outros ondulados e interrompidos por concheado. Num dinâmico jogo barroco, o arquitecto recorre ao contraste entre superfícies côncavas e convexas, com formas ascendentes e descendentes, balaustrada convergente e divergente. As linhas túrgidas horizontais são interrompidas por um coroamento de estátuas de vulto perfeito e pináculos, acentuando as linhas verticais do conjunto. Exuberância e requinte dos pormenores esculpidos, combinando com a artificiosa e engenhosa escadaria dupla, compõem o conjunto nobre da fachada solarenga.
A entrada dá acesso a uma sala central, daí divergindo para os quartos e demais dependências do solar. Os seus interiores, dispostos de modo a proporcionar maior privacidade, apresentam excepcionais tectos forrados por painéis trapezoidais em madeira. De grande qualidade é o mobiliário que decora os vários compartimentos da casa.
Os jardins, delineados com verdejante buxo e pontuados por canteiros florais, estão magnificamente arranjados, proporcionando a série de terraços adjacentes agradável visão sobre os vinhedos em redor.
terça-feira, 17 de março de 2009
Santuário N. Srª do Cabo Espichel (Sesimbra)
Situado num penedo, desde o séc. XV, data da sua construção, o local era rodeado por casas para os romeiros, em volta da Ermida da Memória. Devido à grande afluência de peregrinos foi sofrendo obras de ampliação. O santuário de cunho arquitectónico regional setecentista, forma um monumental conjunto constituído pelo alinhamento de dois corpos de hospedarias, que enquadram a igreja, de aspecto sóbrio. Na decoração do interior é visível a utilização de mármores da Arrábida e madeira do Brasil.
domingo, 15 de março de 2009
Portas de Ródão (Vila Velha de Ródão / Nisa)
As Portas de Ródão, onde o Tejo, o mais importante rio da Península Ibérica, corre entrincheirado, submisso, entre gigantes quartzíticos pré-históricos, servem de habitat para a maior colónia de grifos do país, são um local privilegiado para a investigação de fauna e avifauna, onde podem ser observadas 116 espécies de aves, muitas delas consideradas em vias de extinção e algumas raras, das quais se destacam a cegonha-preta, milhafre real, abutre-preto, águia perdigueira, narceja, bufo-real, ferreirinha-serrana e papa-moscas.
Como se trata de uma zona com baixa densidade populacional, nas portas de Ródão é ainda possível observar animais selvagens, como o javali, o veado, a raposa, o ginete, a lebre, o coelho, o saca-rabos, o gato bravo e as lontras. Quanto aos peixes também são diversas as espécies que predominam, destacando-se o Barbo, a Boga, a Carpa, Lúcio, Achigã, Enguia, Perca, Tença, Lagostim, o Sável e o Bordalo.
O acesso para este monumento natural é feito pela A 23 com saída em Vila Velha de Ródão.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Drave (Arouca)
Drave é uma típica aldeia localizada entre as Serras da Freita e de São Macário, de meia encosta, dominante sobre três pequenos cursos de água (rio de Palhais e ribeiros da Bouça e do Ribeirinho) e preservada patrimonialmente pelo isolamento a que foi votada durante séculos. Cerca de vinte casas, a maioria já arruinada, dispõem-se ao longo de uma vertente da encosta, formando um núcleo de povoamento escalonado, comunicante por apertadas ruas de traçado sinuoso. Numa plataforma artificial, sensivelmente a meio da aldeia, sobressai o único edifício caiado, a capela, que é de modestas proporções, de nave única com capela-mor inscrita e um só registo, sendo a fachada principal dominada pelo portal axial, terminando em empena triangular. Rodeado de altos montes, Drave é um lugar mítico. A visão que do estradão se tem do povoado lá no fundo, é surpreendente.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Palácio da Brejoeira (Monção)
Considerado um dos mais imponentes solares do Norte do país, o palácio da Brejoeira beneficia, ainda, da mata e jardins envolventes, que lhe conferem um estatuto singular no campo da arquitectura civil portuguesa. Edificado no início do século XIX e concluído, ainda que parcialmente em relação ao projecto inicial, apenas 28 anos mais tarde, este imóvel reveste-se de especial importância por representar "o encontro entre dois estilos - o barroco e o neoclássico"
Actualmente, é nos seus terrenos agrícolas que se cultiva a casta nobre "Alvarinho", responsável pela produção de um dos mais importantes vinhos verdes da região.
domingo, 8 de março de 2009
Pedra da Cabeleira N. Srª. (V. N. de Foz Côa)
No Lugar dos Tambores, próximo da aldeia de Chãs, ergue-se uma enorme pedra granítica onde se assiste à celebração do Equinócio - a única altura do ano em que o Sol ilumina a Terra de igual forma no hemisfério Norte e no hemisfério Sul. Uma espécie de calendário solar celebrado em rituais ancestrais, cheios de misticismo e beleza.
O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar.
Este rochoso planalto situa-se sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Percurso de Salreu e Canelas (Estarreja)
Esta paisagem lagunar, com extensos arrozais e caniçais, é pontilhada por asas de cegonhas-brancas e de garças. Está integrada na ZPE (Zona Protecção Especial) da ria de Aveiro, tem o estauto de IBA (Important Bird Area) pela Birdlife International e pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).
O “Percurso de Salreu” atravessa áreas designadas por sapal e paul, bem como terrenos de cultivo, de enorme beleza. É de natureza circular, tendo o seu início e término junto ao antigo porto de Salreu, na boca do Esteiro com o mesmo nome.
Com uma extensão aproximada de 8,5 km, que podem ser realizados a pé ou de bicicleta, todo este percurso é acompanhado por placas ilustradas com informações sobre os ecossistemas, as espécies animais e vegetais, os seus costumes, bem como a melhor forma de os observar.
Ao percorrê-lo poderá apreciar alguns dos mistérios da vida selvagem, tendo apenas, para isso, que prestar alguma atenção. Repare nos detalhes mais subtis, escute o distante canto do rouxinol, ouça o restolhar entre as ervas, observe imponentes mamíferos.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Vouzela
As raízes históricas de Vouzela remontam ao séc. XV. Em 13 de Maio de 1436 o rei D. Duarte instituiu o concelho de Vouzela ou Lafões, composto por 44 freguesias e 13 coutos. Durante alguns séculos, esta divisão administrativa prevaleceu sem grandes alterações, até que em 1834 se passou a repartir o antigo concelho de Lafões em dois concelhos separados pelo Vouga, ficando as freguesias da margem esquerda deste rio a pertencer ao concelho de S. Pedro do Sul.
De origem muito remota, como atestam os inúmeros monumentos megalíticos, o concelho de Vouzela é um autêntico manual de história, onde cada canto conta um pouco do passado, do que foi e é o Homem como essência.
O património natural do concelho é enriquecido pela Reserva Botânica de Cambarinho,
onde floresce a maior concentração maciça de Loendros do país.
terça-feira, 3 de março de 2009
Serra do Caramulo (Tondela)
Fronteira natural entre as Beiras Litoral e Alta, a Serra do Caramulo tem muito para oferecer a quem se queira aventurar por estas serranias, onde se impõem os amontoados graníticos. Prados, bosques e cursos de água cristalina completam o cenário desta relíquia da natureza. Desde o cimo da serra avistam-se paisagens deslumbrantes e descobrem-se recantos escondidos, que devem ser preservados.
Contrastando com o triste cenário de muitos rios portugueses, ainda é possível encontrar cursos de águas revoltas e cristalinas que deslizam pelas encostas da serra. Rios como o Couto, o Alfusqueiro e o Alcofra permitem a sobrevivência de espécies de habitats ribeirinhos como a lontra, o melro-de-água e a toupeira-de-água.
Ao longo dos vales encontramos magníficos bosques de carvalhos, castanheiros e vidoeiros.
Uma pitoresca estrada leva-nos ao alto do Caramulinho, com 1075 metros, de onde se avistam as serras da Estrela, da Lapa e do Montemuro, a Ria de Aveiro e até o mar.
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