Este blog serve para identificar lugares recônditos do país, tradições, sítios com história, ou simplesmente lugares naturais de uma beleza deslumbrante. Urge preservar esses espaços para as gerações futuras afim de termos orgulho da nossa essência lusitana.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Presépio vivo de Priscos (Braga)
Entre 25 de Dezembro e 9 de Janeiro, mais de 600 figurantes e trajes, 80 cenários e 30 mil metros quadrados de exposição formam o presépio vivo de Priscos que se diz o maior da Europa e quer ficar no Livro do Guinness. Nesta quarta edição espera-se dobrar os 41300 visitantes de há um ano.
O Presépio pretende recrear o ambiente que se vivia na altura do nascimento de Jesus Cristo, tendo, para o efeito, sido feita uma recolha de músicas, cheiros e sabores usados na época, para além da recriação de casas, lojas, praças e mercados. Os 60 cenários fazem referência às culturas egípcia, judaica e romana.
A parte da aldeia judaica evoca ofícios e espaços da Palestina há 2000 anos, com a sinagoga, lojas de panos, vidro, cestos, mel e olaria, entre outros. Há ainda gastronomia, danças e som da época.
A aldeia dos romanos tem áreas como casas, mercados, senado, palácio de Júlio César ou o acampamento . É uma história viva a ver para além do que se olha. Os ferreiros a forjarem e temperar o ferro, o sapateiro a concertar sandálias rompidas, os serradores que cortam lenha, os camponeses a organizarem as ferramentas de trabalho, a tecedeira no tear a jogar fios de lã, o oleiro a amassar o barro, a padeira a amassar a farinha, os pastores que cuidam dos seus rebanho, o rabino que canta salmos na sinagoga com outros sacerdotes, as vendedoras de sementes, legumes, plantas e peixe dão vida a outras vidas.
Foram utilizados materiais fabricados pelas empresas da região e a colaboração de inúmeras pessoas de variadas maneiras. Os visitantes também podem participar no Presépio como figurantes, para isso basta mandar um e-mail ou aparecer 30 minutos antes das sessões.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Garfe, Aldeia dos Presépios (Póvoa de Lanhoso)
Desde 2002 que a população dos diversos lugares de Garfe presenteia os visitantes com verdadeiras obras de arte, esmerando-se por aperfeiçoar cada presépio, que conjuga particularidades da vida do Minho e do campo com os motes tradicionais da celebração do Natal. Dinâmicos os estáticos, em miniaturas ou tamanho quase real, estes Presépios são verdadeiros conjuntos artísticos, realizados dos mais diversos materiais, que devolvem a bela tradição desta quadra e que encerram horas e horas de trabalho dos habitantes da freguesia.
A tradição conta já oito anos, sendo que, na primeira edição, participaram os lugares de Assento, Devesa, Carvalhinho, Costa, Moinhos, São Roque e Eiras, abraçando esta iniciativa que nasceu pelo desafio lançado pelo grupo de jovens “Chamas Vivas”.
Como nas edições anteriores, em cada Presépio haverá a celebração de uma eucaristia.
Pela primeira vez a freguesia conta com a ‘Loja dos Presépios’. Localizada no lugar de Salgueiros, no centro da freguesia, aquele espaço pretende funcionar como um posto de informação mas também como um local privilegiando para a divulgação dos produtos do concelho. Quem ali se deslocar poderá recolher folhetos informativos acerca dos presépios assim como adquirir produtos regionais. As compotas, o mel, a filigrana, a cestaria, e o vinho verde, são alguns dos produtos em exposição. Esta iniciativa resulta da parceria da Câmara Municipal com a Associação de Turismo da Póvoa de Lanhoso.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Terra dos Sonhos (Stª. Mª. da Feira) 05 - 27 Dezembro
A segunda edição da Terra dos Sonhos conta com novas atracções e áreas temáticas ligadas ao imaginário infantil onde as personagens dos livros e do cinema ganham vida própria.
Áreas temáticas como "Os Três Porquinhos construtores", "A Raínha da Neve", "O Gato das Botas" e a "Central de Distribuição de Cartas" onde as crianças entregam as suas cartas que depois de processadas seguem para a fábrica de brinquedos do Pai Natal, a "Branca de Neve e os Sete Anões", a "Vila dos Sonhos", o "Chá da Alice", juntam-se a outras já conhecidas da primeira edição.
Uma megacenário que conta com mais de 100 actores e figurantes, a grande maioria provenientes do concelho e que foram preparados pelas estruturas locais da organização. Ao entrar no portão da “Terra dos Sonhos” vai sentir de imediato, para além do espírito natalício, a magia dos contos de fada e das fábulas tão presentes na memória de todos. O brilho da neve, o encanto da luz e a alegria reinam aqui.
Porque continua a existir uma criança dentro de cada um de nós…
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
ÓBIDOS Vila Natal (28 Novembro - 3 Janeiro )
Pelo quarto ano consecutivo, Óbidos transforma-se na vila do Pai Natal. Um evento que mais uma vez reveste aquela vila de luz e fantasia, chamando até si toda a magia da época natalícia com um extenso programa de actividades para crianças e adultos.
Bem mais perto que a distante Lapónia, Óbidos enche-se de duendes, neve artificial, bonecos de neve, árvores de Natal, presentes, dança, teatro infantil, oficinas e exposições.
Visitar a casa do Pai Natal, voar no carrossel mágico, viajar em pequenas locomotivas, saltar nos insufláveis coloridos, patinar nas duas pistas de gelo ou escorregar nas rampas de trenó e esqui são outras das ofertas do certame.
Alojamento:
Óbidos é uma zona de preços proibitivos. Com este acontecimento, tudo piora. No entanto, encontrei esta pérola - um sossego brutal a um quilómetro da vila. Se fizer o "check-in" ao Domingo, o preço baixa consideravelmente tendo sempre direito a pequeno-almoço.
Se escolher este hotel, apanhar a auto-estrada (A 8) e tomar a saída de Gaeiras. Seguir na direcção de Óbidos.
sábado, 21 de novembro de 2009
Sea Life (Porto)
Situado junto à Praça Gonçalves Zarco, numa das zonas mais nobres da cidade, o SEA LIFE Porto é a escolha ideal para um dia de lazer e entretenimento, passado em família ou grupo de amigos.
Junte-se numa fascinante viagem de ambientes subaquáticos. Enquanto navega desde a nascente de água doce do Rio Douro até ao Atlântico, rumo aos mares tropicais, desde as praias de areias brancas e densas atá às profundezas mais escuras do oceano. Prepare-se para ser surpreendido por apontamentos como os socalcos das encostas do Douro, a histórica Ponte D. Luiz I, ou as tradicionais fachadas dos edifícios Ribeira.
O centro de entretenimento conta com 2.200 metros quadrados e que alberga 31 aquários diferentes, sendo que o maior deles, o aquário do oceano, tem uma capacidade de 500 mil litros de água, mede 10 metros de altura, nove de largura e tem mais de seis metros de profundidade. Um colector de 300 metros que passa por baixo da praia mais próxima, traz água salgada directamente do Atlântico.
São aproximadamente 5.800 criaturas marinhas e de água doce de cerca de 100 espécies diferentes. Espécies tropicais como o tubarão de recife de pontas pretas e o tubarão castanho, espécies europeias como o galhufo e o cação, além de estrelas-do-mar, medusas, cavalos marinhos, camarões, raias, polvos, peixes-palhaço, entre muitos outros.
Acessos:
Vindo de norte, seguir pela A28 direcção Porto. Sair para Matosinhos, seguindo pela direita a Circunvalação. Na marginal, rotunda à esquerda. Vindo de sul, seguir pela A1 direcção norte e sair para Matosinhos. Na Rotunda AEP, seguir pela esquerda pela Circunvalação e descer até à marginal. Rotunda à esquerda, junto ao Parque da Cidade.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
"Sexta-Feira 13" em Montalegre
Desde 2002 que a Câmara de Montalegre organiza as "Noites das Bruxas", que decorre em todas as "sextas-feiras 13", e já fazem parte integrante do calendário cultural da região. Recebidos por duendes, diabos, bruxas e outras assombrações, os visitantes passam uma louca aventura até chegarem ao Castelo. As bruxas saiem à rua, os dragões cospem fogo, as carroças voam e gigantescos pássaros assombram o céu. Pelas 20H00, o jantar "embruxado" é realizado pelos vários restaurantes aderentes, não só na vila de Montalegre como nas aldeias limítrofes.
Montalegre já há muito tempo que é a capital do misticismo e tem a sorte de poder contar com o Padre Fontes, um dos principais dinamizadores do Congresso de Medicina Popular em Vilar de Perdizes.
"Sapos e bruxos, mouchos e crujas, demonhos, trasgos e dianhos" são os primeiros a ser invocados pela ladainha do padre Fontes, que, depois de preparar a queimada com aguardente, limão e açúcar, a vai dar a beber a todos os presentes. Para quem acredita, a queimada pode livrar todos os males de embruxamentos, feitiços e maus-olhados. As queimadas também se faziam nas aldeias, nas noites frias de Inverno, para curar as pessoas dos resfriados, constipações e até de dores de garganta.
Devido ao mau tempo, a celebração da sexta-feira 13 realiza-se no Pavilhão Multiusos de Montalegre. Um espaço que está a ser preparado com todo o cuidado e que promete fortes surpresas. Depois das enchentes de Fevereiro e Março é esperada nova romaria até porque em 2010 só existe uma, agendada para Agosto.
PROGRAMA:
Durante a manhã - RTP1 (directo para o programa Praça D’Alegria)
15H00 - Desfile fantasmagórico (ruas de Montalegre) pelos alunos das escolas da vila de Montalegre
20H00 - Jantar infernal (pelos vários restaurantes do concelho)
23H00 - Espectáculo no pavilhão Multiusos de Montalegre
(Queimada esconjurada pelo Padre Fontes)
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Anta de Pavia (Capela de São Dinis) - Mora
Foto de "Portuguese Eyes"
Classificada como "Monumento Nacional" em 1910, a "Anta de Pavia" foi erguida entre o IV milénio a. C. e o III milénio a. C de modo relativamente isolado numa planície de Mora, na aldeia de Pavia. Anta de grandes dimensões, da qual subsistem hoje apenas os sete esteios da câmara, de forma poligonal, com 4,5 metros de diâmetro e 3,3 metros de altura, coberta por uma grande laje. A anta foi transformada em capela de invocação a S. Dinis, possivelmente no início do século XVII - muito possivelmente com base no protótipo da Anta/Capela de S. Brissos, situada em Santiago do Escoural -, tendo sido acrescentado na entrada da câmara um alçado, onde se abre uma porta em arco, sobre a qual, uma discreta cornija suporta um frontão pouco destacado. Uma cruz eleva-se sobre o frontão sendo ladeada a norte por um pequeno campanário. Os espaços existentes entre os esteios foram preenchidos por argamassa. No interior da câmara, cujo piso se encontra lajeado, e em posição um pouco mais elevada, foi construído frente à porta um pequeno altar, revestido a azulejos. Sobre o altar, encontra-se uma pequena imagem que pretende representar S. Dinis.
A anta foi escavada por Virgílio Correia nos primeiros anos deste século, sendo o escasso espólio constituido por fragmentos de cerâmica, de placas de xisto, duas das quais inteiras, e objectos de pedra polida. Foram ainda identificados, no interior da câmara, pequenos nichos formados por lajes de pedra, o que leva a supor que esta estivesse compartimentada para conter unidades sepulcrais individualizadas ou enterramentos secundários.
Deste dolmen monumental, consagrado a templo cristão em época antiga mas desconhecida, anteriormente a 1625, data em que já existia com a designação de S. Dinis, sairam das escavações com destino ao Museu Arqueológico de Belém, várias peças de cerâmica e placas-ídolos de lousa e sentido iconográfico do paganismo.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Penedo Furado (Vila de Rei)
Foto de Patrícia Pires
Local de extraordinária beleza natural, é absolutamente imperdível a caminhada entre floresta e caminhos escavados na rocha pela ribeira da Isna, até às quedas de água das Bafureiras. O nome do local tem origem nas características do maciço rochoso com um corte natural na rocha. A praia, de águas represadas e pouco profundas, foi enriquecida por um areal artificial e um conjunto de infra-estruturas de apoio (Bar, Balneários, Parque de merendas, Jogos didácticos, etc.) sendo anualmente visitado por milhares de forasteiros, principalmente no Verão.
Dois miradouros com acesso directo à estrada, permitem a visão deste conjunto e a paisagem circundante.
O acesso faz-se a partir de Vila de Rei, tomando o novo traçado da EN 2 e seguindo até ao desvio para a povoação de Milreu que se atravessa em toda a sua extensão. Quando encontrar um entroncamento, deve virar à esquerda. 2000 m depois está no Penedo Furado (caminho assinalado).
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Casa de Santar (Nelas)
http://www.flickr.com/photos/magnacasta/sets/72157615652405408/show/
Da mais pura e nobre terra, nascem os vinhos que seduziram os deuses e deslumbraram os homens: os vinhos da CASA DE SANTAR.
Santar é uma das mais nobres freguesias das medievais da região de Viseu que conserva as casas de granito e os vetustos caminhos romanos. Trata-se de um importante centro vinhateiro da região do Dão.
A Casa de Santar, Solar do século XVII e XVIII, possui um vasto património arquitectónico baseado no estilo maneirista, barroco e neoclássico. Os seus jardins, considerados como dos mais belos da Beira Alta, apresentam-se sobre uma sequência de buxos que termina num lago do século XVIII. Centraliza as atenções, o chafariz com a data de 1790, denominado "Fonte dos Cavalos", onde estão portados os quatro cavaleiros trajados ao rigor do século XVII. Cada um destes cavaleiros representa cada uma das famílias, cujos nomes vingam o esplendor da Casa. Em frente à Casa, o "Chafariz da Carranca" impõe-se como Brasão de Armas da Casa. As imponentes adegas integram-se admiravelmente no conjunto arquitectónico da propriedade. Estas construídas em granito, com os seus frescos de azulejos históricos, abrigam, num ambiente do passado, as mais modernas e avançadas tecnologias.
Na varanda da sala de provas, sempre que o tempo o permita, provam-se os vinhos da casa de diferentes épocas, com especial destaque para o Vinho Tinto Casa de Santar, em companhia dos veados que se passeiam pacatamente pelo parque. Na continuação da adega, em harmonia uniformidade paisagística, seguem-se as afamadas vinhas da propriedade entre pinhais e soutos verdejantes.
Da mais pura e nobre terra, nascem os vinhos que seduziram os deuses e deslumbraram os homens: os vinhos da CASA DE SANTAR.
Santar é uma das mais nobres freguesias das medievais da região de Viseu que conserva as casas de granito e os vetustos caminhos romanos. Trata-se de um importante centro vinhateiro da região do Dão.
A Casa de Santar, Solar do século XVII e XVIII, possui um vasto património arquitectónico baseado no estilo maneirista, barroco e neoclássico. Os seus jardins, considerados como dos mais belos da Beira Alta, apresentam-se sobre uma sequência de buxos que termina num lago do século XVIII. Centraliza as atenções, o chafariz com a data de 1790, denominado "Fonte dos Cavalos", onde estão portados os quatro cavaleiros trajados ao rigor do século XVII. Cada um destes cavaleiros representa cada uma das famílias, cujos nomes vingam o esplendor da Casa. Em frente à Casa, o "Chafariz da Carranca" impõe-se como Brasão de Armas da Casa. As imponentes adegas integram-se admiravelmente no conjunto arquitectónico da propriedade. Estas construídas em granito, com os seus frescos de azulejos históricos, abrigam, num ambiente do passado, as mais modernas e avançadas tecnologias.
Na varanda da sala de provas, sempre que o tempo o permita, provam-se os vinhos da casa de diferentes épocas, com especial destaque para o Vinho Tinto Casa de Santar, em companhia dos veados que se passeiam pacatamente pelo parque. Na continuação da adega, em harmonia uniformidade paisagística, seguem-se as afamadas vinhas da propriedade entre pinhais e soutos verdejantes.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Aldeia de Pontido (Fafe)
Rodeada por um intenso verde, a Aldeia do Pontido é constituída por cinco casas, distribuídas pelas margens do rio Vizela e reconstruídas com todo o respeito pela traça original e pelos materiais tradicionalmente utilizados nas aldeias rurais do Minho. No interior, a decoração faz-se de uma simbiose perfeita entre os materiais mais rústicos e as peças contemporâneas, o que proporciona um ambiente particularmente acolhedor. Para além das casas, foram também recuperados o moinho e o pisão da aldeia, pelo que poderá conhecer as técnicas ancestrais de aproveitamento da energia da água para a moagem dos cereais e a pisa da lã.
A proximidade à barragem da Queimadela e as várias praias fluviais garantem ainda que não faltará o que fazer aos mais activos, sem esquecer o entorno paisagístico que convida a caminhadas em intensa comunhão com a natureza.
Mas se a preguiça for o objectivo desta visita, pode mesmo contar com o "nada fazer" já que a aldeia integra também um restaurante onde são preparados os irresistíveis sabores minhotos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Quinta da Aveleda (Penafiel)
Entrar na Quinta da Aveleda é muito mais do que entrar no fascinante mundo dos vinhos. É embocar numa história com mais de quatro séculos de vida, é conhecer os projectos de várias gerações de uma mesma família, é entender a terra e a natureza. É surpreendente em vários aspectos. Pelo exotismo da flora, pelo peculiar conjunto arquitectónico, pelos cuidadosos detalhes que enriquecem o percurso, pela história da família Guedes, proprietária, desde há vários séculos, da mundialmente conhecida marca de vinhos verdes.
Remontam a 1671 as primeiras construções na Quinta da Aveleda, nomeadamente a capela, anexa à casa principal. Foi igualmente no século XVII que os Guedes se tornam senhores da propriedade. Mas foi no séc. XIX, com Manoel Pedro Guedes – antigo deputado, visionário, romântico, exilado voluntariamente em Penafiel – que o espaço ganhou consideráveis dimensões.
A Quinta propõe aos visitantes um percurso pelas ruas e alamedas da propriedade, sinalizado num mapa distribuído na recepção. Logo no início do percurso, surge a Casa do Guarda de Cima, junto a uma das entradas de serviço, uma construção semelhante à tentação de chocolate do conto infantil de Hansel e Gretel. É uma das várias follies, devaneios arquitectónicos sem funcionalidade específica, espalhadas pela propriedade. Poucos passos à frente, no Lago dos Cisnes, outro ex-líbris da propriedade: a Janela Manuelina, resgatada da casa onde nasceu o Infante D. Henrique e donde se diz ter sido aclamado rei D. João IV. E, noutra pequena ilha, a Casinha de Chá, de estilo vitoriano, onde as crianças se divertem a recriar histórias dos livros de aventuras. Cobras, sapos, tartarugas e águias de louça, presos no tecto, compõem o cenário. Não só de vinhos verdes é feita a fama da Aveleda. No edifício da Adega Velha, repousam as barricas de carvalho francês, onde se guarda a aguardente com o mesmo nome.
Penafiel vai converter-se, durante quatro dias, na localidade de Saramago por excelência. Não tropeçar em referências ao único Nobel da Literatura de língua portuguesa vai ser uma tarefa condenada ao insucesso, tão evidentes são as marcas da sua obra espalhadas por Penafiel.
O objectivo do festival, Escritaria 2009, iniciativa destinada a explorar a memória dos escritores nacionais mais relevantes, ainda entre nós, passa por "contaminar a cidade com aforismos, frases soltas, referências históricas, cosmogonias literárias, imagens e obras plásticas que remetam para o peculiar universo de José Saramago".
Do ambicioso programa do Escritaria fazem parte não apenas os habituais colóquios, em que participam figuras como o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, o arquitecto espanhol José Joaquín Parra e os escritores Laura Restrepo e Miguel Real, ou o lançamento mundial do novo romance do autor, "Caim", mas também iniciativas que visam aproximar a comunidade local do autor. Os exemplos deste esforço de dessacralização são tão abundantes que o palco mais frequente das iniciativas não é nenhum auditório, mas sim as ruas e praças penafidelenses. Além de frases do autor pintadas na estrada e de cartazes em forma de 'post-it' contendo frases emblemáticas da sua obra, o Escritaria vai apresentar insólitos "bancos que narram", em que, graças a dispositivos sonoros, vulgares assentos vão reproduzir gravações de excertos saramaguianos.
Entre 15 e 18 de Outubro.
Para ouvir:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1391490
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Museu Luso-Hebraico (Tomar)
Foto de Carlos Silva
Julga-se ter sido construído entre 1430-1460 por ordem do Infante D. Henrique, constituido o melhor e o mais antigo exemplar arquitectónico da cultura judaica que possuimos no nosso território. Possui uma planta regular, centrada em quatro colunas de pedra que simbolizam as matriarcas Sara, Rebeca, Lia e Raquel. A ausência de decoração contrasta fortemente com os monumentos cristãos, sendo as suas paredes apenas ornamentadas com algumas das peças do núcleo museológico e o tecto abobado sem qualquer tipo de ornamentação. Um dos aspectos curiosos deste espaço é a sua instalação sonora: quantro ânforas, uma em cada canto superior da sala, asseguram uma acústica muito eficaz.
Com a expulsão dos Judeus de Portugal em 1496, a sinagoga foi fechada e foi utilizado como armazém, estábulo e residência, até que foi adquirida em 1920 pelo Dr. Samuel Schwarz, que a doou ao Estado, na condição de que fosse aí instalado o Museu Luso-Hebraico. No início do século XIX, é reconhecido como Monumento Nacional.
Morada: Rua Dr Joaquim Jacinto, 73 (antiga Rua da Judiciária)
Horário: Outubro / Junho: 10h00 - 13h00 / 14h00 - 18h00 (todos os dias)
Julho / Setembro: 10h00 - 13h00 / 14h00 - 19h00 (todos os dias)
Fechado: 25 Dezembro, 1 Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 Maio
Entrada gratuita
domingo, 4 de outubro de 2009
4º Festival Islâmico Al Mossassa (Marvão)
De 2 a 5 de Outubro
O Festival Islâmico “Al Mossassa” pretende recordar a época da fundação de Marvão e a autarquia celebra esse fato histórico em paralelo com a cidade espanhola de Badajoz, com quem partilha o mesmo progenitor, “Ibn-Marúan”.
Não é, certamente, o único evento de atmosfera medieval a ter lugar no calendário festivo do nosso país, mas é, absolutamente, um dos mais coloridos, animados e deslumbrantes, constituindo uma oportunidade preciosa de experienciar a História e a cultura em todo o seu esplendor. Entre numa verdadeira máquina do tempo que nos transporta para o séc. IX e nos revela um mundo de encantar.
Ao longo do festival estão a decorrer diversas iniciativas de época, colóquios e workshops, animação de rua, dança oriental, teatro e actuações musicais, além do mercado das três culturas, onde podem ser encontrados diversos artigos islâmicos. Neste espaço, com perto de 100 pontos de venda, vive-se um ambiente de mercado, tendo os visitantes a oportunidade de poder encontrar um vasto leque de produtos e objetos relacionados com o Islão e a sua cultura. Com trabalhos em osso, incensos, túnicas, véus, cintos para dança do ventre, sabonetes e perfumes, louças e tapetes orientais, artesanato egípcio, de Marrocos, do Himalaia e da Tunísia, o “Mercado das 3 Culturas” constitui um dos principais marcos do festival.
Durante o “Al Mossassa”, os visitantes podem ainda observar artesãos trabalhando ao vivo, como o ferreiro e o escultor de areia. A escrita árabe, a leitura da sina nas mãos, as massagens orientais, o stand de chás e ervas medicinais, os fósseis, as antiguidades e as réplicas de armas são outros pontos de interesse. No “Al Mossassa”, os visitantes podem ainda visitar uma tenda gigante para tomar o verdadeiro chá árabe e saborear várias iguarias, como os kebabs, crepes, pão,tâmaras, fogaças e porco assado no espeto.
A animação junto ao Castelo de Marvão também não foi esquecida pela organização, que contratou malabaristas, encantadores de serpentes, bailarinas de danças orientais, manipuladores de fogo e andarilhos.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Dornes (Ferreira do Zêzere)
A torre templária é sem dúvida alguma o cartão de visita desta terra e surpreende pela invulgaridade da forma. As suas cinco faces tornam-na um exemplar raríssimo da arquitectura militar dos tempos da Reconquista. Edificada por Gualdim Pais para defesa da linha do Tejo, foi construída sobre a base de antiga torre romana, garante da segurança para a exploração do ouro que aquele povo fazia no Zêzere. No interior da torre encontram-se, intactas, várias estelas funerárias templárias, lembrando eras em que estes cavaleiros defendiam o território das investidas muçulmanas e procuravam sepulcro junto das casas de Deus. Com tempos mais pacíficos e perdida a função guerreira, a torre ficou sineira no século XVI, função que ainda hoje conserva.
O vilarejo de Dornes foi Comenda da Ordem de Cristo mas hoje é essencialmente um dos mais belos quadros da riquíssima paisagem portuguesa, pois forma uma península banhada pela Albufeira de Castelo do Bode. A fundação da aldeia remonta ao século XII e está ligada ao aparecimento de uma imagem milagrosa de Nossa Senhora do Pranto.
Soberbamente enquadrada pela moldura paisagística que o rio e o pinhal lhe oferecem -com as ruas calcetadas de seixos e de traçado medieval, a desembocar no rio e na igreja - pelas casas de traçado antigo, onde se descobrem testemunhos da poderosa Ordem de Cristo.
Pelo seu carácter rural, a freguesia baseia as suas danças e cantares em grande parte na vida do campo, sendo ainda possível encontrar pessoas a cantar numa descamisada, ou em alguma festa, umas belas cantigas à desgarrada de cariz popular.
Destacam-se na gastronomia local os pratos confeccionados a partir dos peixes do rio, como seja o Ensopado de Peixe. De entre as espécies aqui mais encontradas, destacam-se a carpa, a boga, o barbo e o achegan.
Dornes fica a 140 Km de Lisboa e a 165 do Porto.
N. B. - Este destino é dedicado a pessoas fartas das obrigações do dia-a-dia, das rotinas, das desilusões da vida, de um certo desencanto, e que hoje fazem anos...
domingo, 27 de setembro de 2009
Convento Corpus Christi ( Vila Nova de Gaia)
Foto de Manuel Carreiro
Construída no século XIV (1345), a igreja do convento de Corpus Christi de Gaia, de religiosas dominicanas, conheceu uma degradação gradual provocada pelas constantes cheias do rio Douro, o que originou a edificação de um novo templo, desenhado pelo Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães, na segunda metade do século XVII . Este arquitecto foi responsável por várias obras no Porto e arredores, a primeira das quais o Corpus Christi.
A nova igreja das dominicanas de Gaia, de planta centralizada octogonal (com capela-mor rectangular e profunda, e dois coros sobrepostos, do lado oposto), repete o modelo do templo lisboeta do convento do Bom Sucesso de Belém, concluído em 1670 e pertencente à mesma ordem. Esta opção planimétrica integra Corpus Christi no conjunto de igrejas de planta centralizada que tomaram um modelo "quase" abandonado desde a primeira metade do século XV e que conheceu grande fortuna a partir de 1640, principalmente nas obras directamente relacionadas com o círculo da Rainha D. Luísa de Gusmão. No interior, destaque para o cadeiral do coro em talha, que remonta à segunda metade de Seiscentos, onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A pintura e a imaginária que decoram a igreja (tecto do coro alto, espaldar do cadeiral e retábulos), apresentam uma iconografia que se enquadra nas temáticas da Ordem. O tecto é dividido por 49 caixões que referem santos, sendo que 15 painéis centrais são alusivos à vida de Jesus.
Há mais de três décadas que o Convento Corpus Christi estava degradado. No entanto, em 2003, a Autarquia, liderada por Luís Filipe Menezes, consegue adquirir o edifício, procedendo de imediato a obras de requalificação com um custo total na ordem dos 775 mil euros (498.512,50 euros de comparticipação comunitária). A intervenção que incidiu, sobretudo, na recuperação do telhado, tecto e coro alto da capela do convento Corpus Christi, deixou a olho nu um número vasto de peças de arte sacra de valor singular - como uma escultura de um cristo crucificado, datado do século XIV - e um espaço "intimista" que a partir de agora não será mais utilizado para o culto, mas antes para acontecerem exposições e colóquios ou simples visitas guiadas. Uma nova vida começa no espaço cultural que receberá, no Verão de 2010, espólio da Ordem de Malta. Destaque ainda para a existência de uma antiquíssima estátua de S. Domingos e uma fonte seiscentista.
Localização e horários:
Situado na margem esquerda do rio Douro, junto ao Cais de Vila Nova de Gaia, no Largo de Aljubarrota, nº 13.
Terça a Domingo: 10h00-18h00
Encerra ao público: segunda-feira e feriados nacionais de 1 de Janeiro, 1 de Maio e 25 de Dezembro.
Construída no século XIV (1345), a igreja do convento de Corpus Christi de Gaia, de religiosas dominicanas, conheceu uma degradação gradual provocada pelas constantes cheias do rio Douro, o que originou a edificação de um novo templo, desenhado pelo Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães, na segunda metade do século XVII . Este arquitecto foi responsável por várias obras no Porto e arredores, a primeira das quais o Corpus Christi.
A nova igreja das dominicanas de Gaia, de planta centralizada octogonal (com capela-mor rectangular e profunda, e dois coros sobrepostos, do lado oposto), repete o modelo do templo lisboeta do convento do Bom Sucesso de Belém, concluído em 1670 e pertencente à mesma ordem. Esta opção planimétrica integra Corpus Christi no conjunto de igrejas de planta centralizada que tomaram um modelo "quase" abandonado desde a primeira metade do século XV e que conheceu grande fortuna a partir de 1640, principalmente nas obras directamente relacionadas com o círculo da Rainha D. Luísa de Gusmão. No interior, destaque para o cadeiral do coro em talha, que remonta à segunda metade de Seiscentos, onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A pintura e a imaginária que decoram a igreja (tecto do coro alto, espaldar do cadeiral e retábulos), apresentam uma iconografia que se enquadra nas temáticas da Ordem. O tecto é dividido por 49 caixões que referem santos, sendo que 15 painéis centrais são alusivos à vida de Jesus.
Há mais de três décadas que o Convento Corpus Christi estava degradado. No entanto, em 2003, a Autarquia, liderada por Luís Filipe Menezes, consegue adquirir o edifício, procedendo de imediato a obras de requalificação com um custo total na ordem dos 775 mil euros (498.512,50 euros de comparticipação comunitária). A intervenção que incidiu, sobretudo, na recuperação do telhado, tecto e coro alto da capela do convento Corpus Christi, deixou a olho nu um número vasto de peças de arte sacra de valor singular - como uma escultura de um cristo crucificado, datado do século XIV - e um espaço "intimista" que a partir de agora não será mais utilizado para o culto, mas antes para acontecerem exposições e colóquios ou simples visitas guiadas. Uma nova vida começa no espaço cultural que receberá, no Verão de 2010, espólio da Ordem de Malta. Destaque ainda para a existência de uma antiquíssima estátua de S. Domingos e uma fonte seiscentista.
Localização e horários:
Situado na margem esquerda do rio Douro, junto ao Cais de Vila Nova de Gaia, no Largo de Aljubarrota, nº 13.
Terça a Domingo: 10h00-18h00
Encerra ao público: segunda-feira e feriados nacionais de 1 de Janeiro, 1 de Maio e 25 de Dezembro.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Palhota (Cartaxo)
No início do século XX e até aos anos 1960, vários pescadores de Vieira de Leiria e de Aveiro - que protagonizaram o último grande movimento migratório em Portugal - desceram até às margens dos rios Tejo e Sado, na tentativa de encontrar melhores condições de pesca e mais oportunidades. Os avieiros, rejeitados inicialmente pela população local que lhes chamava "ciganos do rio", viviam nos seus próprios barcos, até que, à medida que se iam integrando, começaram a construir pequenas habitações.
As casas típicas dos avieiros eram construídas em madeira e palafita, um material que impede as construções de serem arrastadas pelas correntes do rio. As estacas que já usavam nas dunas junto ao mar e que impediam que a areia lhes entrasse em casa, eram agora a salvação contra as cheias do Tejo, que nessa época era um «jardim de peixe». Estas casas têm todas o mesmo tipo de construção e a mesma organização interior: o primeiro andar tem a sala à entrada e dois quartos ao lado. A cozinha fica em baixo ou em frente, do outro lado da rua.
Nesta aldeia chegou a viver Alves Redol, um grande escritor português que muito escreveu acerca do Tejo e das suas gentes. A aldeia está quase deserta e muitas das casas típicas que ainda sobram estão em mau estado e a precisar de obras de conservação. A Palhota é uma das 14 comunidades avieiras, existentes entre a Chamusca e Grândola, onde se fixaram populações piscatórias.
Imperdível é mesmo o espectáculo do pôr do Sol à beira-Tejo, com os barcos pintados de cores garridas encalhados no areal e as cegonhas, garças e outras aves a regressar em bandos aos respectivos abrigos.
O acesso pode fazer-se a partir das estações ferroviárias da Azambuja ou do vale de Santarém.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Mosteiro Santo António do Varatojo (Torres Vedras)
O Mosteiro de Santo António do Varatojo foi fundado por D. Afonso V em 1470, como cumprimento de uma promessa que o monarca havia feito a Santo António, pedindo auxílio para as campanhas do Norte de África.
Em meados do século XVI, devido possivelmente aos estragos que o terramoto de 1531 havia provocado na estrutura monacal, D. João III mandou refazer e aumentar o espaço dos dormitórios, na mesma época em que foi edificada a enfermaria, bem como a capela-mor do templo, edificada a expensas da rainha D. Catarina
No ano de 1680 instalou-se no Varatojo o Colégio de Missionários Apostólicos, e cerca de 1739 foi acrescentado à zona dos dormitórios um novo piso, para albergar o noviciado do colégio. No entanto, com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, a comunidade de franciscanos do mosteiro foi dispersa, e alguns anos mais tarde, em 1845, o edifício monacal foi vendido em hasta pública ao Barão da Torre de Moncorvo. O espaço acabou por voltar para a posse dos frades franciscanos, que compraram o mosteiro ao herdeiro do barão em 1861.
Os religiosos do Varatojo voltaram a perder o mosteiro depois da implantação da República, sendo forçados a abandonar o espaço ainda no ano de 1910. O mosteiro era então transformado em asilo de idosos. A comunidade franciscana só voltou a ocupar o cenóbio em 1928, no ano em que o Governo português entregou o espaço às Missões Franciscanas Portuguesas, mantendo-se na sua posse até hoje.
O espaço do mosteiro apresenta uma estrutura eclética que conseguiu integrar vários modelos diferentes relativos às diversas épocas construtivas, nomeadamente um portal gótico gravado com baixos relevos, e o claustro quatrocentista, o tecto mudéjar da portaria e vários portais manuelinos no espaço claustral, o templo maneirista, vários painéis de azulejo, tanto de gosto maneirista como azulejos de padrão e figurativos de gosto barroco, altares de talha de estilo nacional e uma tela da autoria de Bacarelli, colocada na capela-mor.
Implantando numa encosta, destaca-se o pequeno espaço da cerca conventual, pelo valor botânico da sua frondosa mata. Este convento tem a curiosidade de ainda albergar uma comunidade monástica que produz e vende plantas e remédios naturais. Também vale a pena reparar na gigantesca trepadeira que abraça a quase totalidade do claustro.
domingo, 13 de setembro de 2009
Calçada de Alpajares (Freixo de Espada-à-Cinta)
Classificada em 1977 como "Imóvel de Interesse Público", a "Calçada de Alpajares", ou "Calçada dos Mouros", como será mais conhecida localmente, integrava a via romana de carácter secundário que atravessava o rio Douro (nas imediações da localidade de Barca de Alva) e a ribeira do Mosteiro, até chegar ao planalto mirandês. Actualmente, remanescem apenas alguns dos seus troços originais, visíveis perto da convergência das ribeiras da Brita e do Mosteiro, a partir da qual se prolonga pela encosta de Alpajares de forma ziguezagueante, até chegar ao muralhado do povoado de São Paulo, edificado na Idade do Ferro no cimo de um espigão sobranceiro àquelas mesmas ribeiras, com testemunhos ocupacionais dos períodos romano e medieval. E terá sido, na verdade, a excelente implantação estratégica deste Castro que subjazeu à sua eleição por parte do poder romano, que assim fez confluir para a sua fortificação a calçada, tão necessária a uma célere movimentação dos seus diversos elementos constituintes.
Estruturada ao longo de cerca de oitocentos metros em lajes afeiçoadas em xisto e seixos de pequena dimensão, a calçada possui degraus intercalados com certa regularidade, entre três a quatro metros, apresentando-se, ainda, reforçada com uma parede lateral na zona em que o declive da encosta se revela mais acentuado, designadamente nas curvas do traçado da via, que, tal como sucedeu com o Castro (vide supra), acabaria por ser reutilizado ao longo dos tempos, a atestar, no fundo, a pertinência da sua localização e a relativa abundância de recursos naturais imprescindíveis à normal subsistência das comunidades humanas de modo, mais ou menos, ininterrupto.
Diz a lenda que "em tempos antigos era tudo por este sítios barrancos e precipícios medonhos, um cavaleiro vindo dos lados de Barca d'Alva em noite de tempestade, chegou à margem da Ribeira do Mosteiro que ia de mar a monte. Dada a necessidade impiedosa de atravessar o bravo curso de água, pois tinha a sua amada à espera, suspirou aflito: Valha-me Deus ou o Diabo. Foi Satanás que apareceu ao chamamento e disse: Se me deres a tua alma, antes que o galo preto cante, te darei uma ponte e uma estrada para que possas seguir a tua cavalgada sem perigo. O Cavaleiro aceitou e o infernal pedreiro e seus acólitos atarefaram-se na arrojada construção de uma calçada entre os fraguedos, distribuindo 18 elegantes lancetes em gogos da ribeira, ao som estridentes cantares de Bruxas que no terreiro se reuniram para festejar a conquista de mais uma alma. Eis que canta o galo três vezes quando apenas faltava colocar as duas últimas pedras da ponte. O cavaleiro liberto do seu compromisso prosseguido a sua viagem e o Diabo enraivecido, desapareceu com os seus acólitos através de uma bocarra que se abriu entre os penhascos".
Percurso Ribeira do Mosteiro – Calçada de Alpajares
Freguesia de Poiares (Freixo de Espada-à-Cinta)
Extensão aproximada: 7 Km
Duração aproximada: 5 h
Grau de dificuldade: Médio (max: 18º)
Tipo de itinerário: Circular
Ponto de partida / chegada: Foz da Ribeira do Mosteiro.
Apoios: percurso sinalizado com marcas, presença de placards interpretativos
Pontos de interesse: Património geológico (dobras, camadas verticais e falhas nos quartzitos), património arqueológico (Calçada de Alpajares e castros de São Paulito e de Alva), fauna e flora rupícolas, moinhos de água abandonados, pombais, parcelas agrícolas mediterrâneas (amendoais, laranjais e olivais), casario tradicional em Poiares, estação ferroviária de Barca de Alva.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Mosteiro de Tibães (Braga)
O Mosteiro de S. Martinho de Tibães , situado em Mire de Tibães, reabriu na sua totalidade quarta-feira passada, depois de uma operação de restauro, recuperação e reabilitação no valor de três milhões de euros. Classificada como imóvel de interesse público, a antiga casa-mãe da Congregação Beneditina em Portugal foi objecto de uma intervenção, que decorreu entre Setembro de 2006 e Dezembro de 2008.
A intervenção abrangeu o antigo claustro do refeitório, que foi destruído por um grande incêndio no final do século XIX. Foram ainda recuperados o noviciado, o hospício e a parte da ala Sul onde se encontram a livraria, a cozinha e alguns espaços anexos. A recuperação e restauro dos espaços permitem a sua integração no circuito de visitas do mosteiro, onde será instalado um centro de informação de ordens monásticas. O emblemático edifício é finalmente devolvido à população, estando prevista a reinstalação de uma comunidade religiosa, que irá gerir uma pequena hospedaria e um restaurante, instalado no antigo hospício.
Espaço monumental belíssimo, fundado em finais do século XI, assume-se, durante os séculos XVII e XVIII, como importante centro produtor e difusor de culturas e estéticas, transformando-se num dos maiores e mais importantes conjuntos monásticos beneditinos e num lugar de excepção do pensamento e arte portugueses.
Acessos:
AUTO-ESTRADA A3 (Valença / Porto)
- Saída no nó Martim;
- Após as portagens, terão acesso à estrada nacional Braga-Barcelos (nacional 103);
- Virar à direita, no sentido de Barcelos cerca de 2 Km até uns semáforos reguladores de velocidade junto de uma igreja que se situa do lado direito da estrada;
- Virar à direita, no entroncamento tem as seguintes indicações: Mosteiro de Tibães, Pousa, Graça e Feital. Seguir nesta estrada (nacional 205-4) +/- 7 Km até uma rotunda, em Mire de Tibães.
- Na rotunda virar à direita e seguir sempre em frente +/ - 700 metros, chegando então ao terreiro do mosteiro.
sábado, 5 de setembro de 2009
Ponte da Misarela (Montalegre / Vieira do Minho)
No Barroso, muitas são as lendas passadas de geração em geração, mas a mais notória de todas será a da Ponte da Misarela, em que, como em tantos outros casos acontece, o protagonista é o diabo. O próprio, em pessoa. Ligando as freguesias de Ruivães (Vieira do Minho) a Ferral (Montalegre), o cenário do episódio é a velha Ponte da Misarela, sobre o Rabagão, cujas margens penhascosas surgem belas a uns e horríveis a outros, conforme a imaginação e o estado de espírito. Conta, a lenda que, sabe-se lá quando, um desgraçado criminoso, tentando escapar-se ao longo braço da justiça, acabou por ver-se encurralado, em desespero, nos penhascos sobranceiros ao rio Rabagão. É natural e comum que, em tão adversas circunstâncias, se apele à intervenção divina, mas, talvez porque fosse excessivo o peso dos pecados na consciência, o foragido optou por convocar o diabo, que está sempre atento a estes lances para deles sacar proveito. Assim, foi instantânea a aparição do mafarrico, que não esteve com meias medidas na chantagem do costume: "Salvo-te, pois claro, se me deres a alma em troca". E que importância tem a alma, quando é o corpinho que está com problemas?
Aceitou o celerado a oferta e, logo ali, com o poder que se lhe reconhece, o diabo, enquanto esfregava um olho, fez aparecer uma ponte ligando as margens do rio. Sem olhar para trás, o perseguido atravessou para a outra margem, após o que, sujeito de palavra, o demónio fez desaparecer a ponte, assim travando a perseguição das autoridades.
Retomou o maligno às suas infernais instalações com a alma do desgraçado, mas o assunto não se ficava por ali. Salvo o corpo mas perdida a alma, viria o criminoso arrepender-se da permuta, pelo que decidiu procurar um frade - conhecido na região por viver em estado de santidade - e contar-lhe o sucedido. "Pecado, meu filho, terrível pecado!", conjecturou, supõe-se, o santo homem, passando, de pronto, ao conselho prático: "Vais outra vez ao lugar junto ao rio e voltas a chamar o Diabo, tomando a pedir-lhe ajuda para a travessia. E deixa o resto comigo".
Assim foi feito. O desalmado chama, o cornudo aparece e, com assinalável espírito de colaboração e não menos louvável desinteresse - a'alma do outro já lá cantava -, satisfaz o pedido: a ponte salvadora reaparece. O homem começa a atravessá-la, mas, quando ia a meio, aparece na outra extremidade o frade magano, que rapa da água benta e asperge com largos gestos. Fica benzida a ponte, que permanece no sítio, esfuma-se o mafarrico e o penitente recupera a alma perdida. Consumava-se a vitória do Bem sobre o Mal, mas ficava, ainda, mais que contar.
Acrescenta a lenda que, radicado nas populações circunvizinhas o carácter sagrado da Ponte da Misarela, passou a ser hábito que, quando uma mulher não levava os filhos a cabo - ou seja, quando algo ia mal na gravidez -, se dirigisse à Ponte e debaixo dela pernoitasse, na expectativa de ajuda celeste para o seu problema. Na sequência da operação, estava estabelecido que a primeira pessoa que atravessasse a Ponte no dia seguinte teria que ser padrinho ou madrinha da criança, à qual seria posto o nome de Gervásio, se rapaz viesse ao mundo, ou de Senhorinha, se de rapariga se tratasse. E isto para que, por obra e graça do pré-baptismo, a mulher tivesse um bom sucesso na sua gravidez.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Frecha da Mizarela (Arouca)
Localizada a 920 metros de altitude, a aldeia da Mizarela está limitada a sul e sudoeste por uma falésia, e pelo vale do rio Caima, a sudeste, que neste local se torna subitamente profundo, originando uma brusca queda de nível, dando origem à chamada Frecha da Mizarela.
Situada na serra da Freita, a queda de água no rio Caima, com cerca de 60 m de altura, é uma das mais altas de Portugal e da Europa, graças a uma das maiores fracturas geológicas existentes na Península Ibérica. É um monumento natural excepcional que pode ser apreciado a partir de diversos miradouros ou do próprio leito do rio junto à freguesia de Albergaria da Serra. Há, ainda, diversos trilhos pedestres bem assinalados que permitem descer ao vale, à base da queda, junto à povoação da Ribeira. Para os amantes dos desportos de aventura, as suas escarpas são um óptimo local de escalada, servindo, muitas vezes, para a respectiva iniciação e como preparação para provas mais arrojadas.
A Serra da Freita faz parte do Maciço de Gralheira, juntamente com a Serra da Arada (1057 m.) e do Arestal (830 m.), ultrapassando alguns dos seus cumes os 1000 m. de altitude. Alberga espécies faunísticas e florísticas raras, algumas mesmo em vias de extinção. O coberto vegetal predominantemente constituído pela urze e pela carqueja, e nas zonas de encosta, por pinheiros, carvalhos, medronheiros e azevinho, protege o lobo ibérico, o javali, a águia de asa redonda, o gato-bravo, entre outros. Para além do rio Caima, nascem nela múltiplos ribeiros de águas cristalinas que, vencendo abismos e serpenteando montes, vão engrossar os caudais do Paiva e do Arda.
Acessos: Para quem vem de Lisboa ou do Porto, recomendo a entrada na Serra da Freita por S. João da Madeira (EN 227) ou por Vale de Cambra (EN 224), em direcção à povoação de Chão de Ave, surgindo imediatamente placas indicativas.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Aldeia de Levadas (Castro Daire)
Foto de Helio - ARK
Artigo inspirado numa ideia do amigo Jotas
Em plena Serra de Montemuro, situa-se aldeia de Levadas, pertencente à freguesia de Cabril. É inteiramente constituída por casas de arquitectura tradicional, com paredes em granito e telhados em xisto. Contudo estamos numa aldeia fantasma. Aldeia fantasma pois já aqui não habita vivalma, o que transmite um encanto redobrado a esta povoação. O último habitante partiu há cerca de 8 anos.
Todo o pormenor nos enche a vista, desde a fonte ao canastro ou ao caminho murado coberto pela ramada em direcção aos moinhos. Só os geradores eólicos estragam a paisagem.
Hoje, a maior parte dos terrenos abandonados mantém um potencial turístico elevado.
Surgiram rumores de empresas interessadas em adquirir a aldeia, no sentido de a dinamizar, mas o projecto não teve pernas para andar.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Convento de São Francisco (Santarém)
Em ruína depois de um incêndio em 1940, as obras de restauro que a seguir tiveram lugar nunca mais eram concluídas até que a Câmara Municipal de Santarém decidiu investir no edíficio abrindo-o à população no dia 24 de Julho deste ano. As portas do convento tornarão a fechar para trabalhos de consolidação e embelezamento, esperando-se a sua reabertura definitiva quando for assinado o protocolo com o Governo que transfere a sua posse jurídica para a Câmara Municipal.
Os Franciscanos instalam-se em Santarém em 1240, fruto da sua expansão pela Europa e, por consequência, em Portugal. O seu modo de vida despojado serviria de modelo à pregação das boas práticas cristãs. Instalando-se numa área periférica da vila medieval, reuniam assim condições para levar a efeito os seus objectivos predicatórios junto da população.
O Convento foi mandado construir no reinado de D. Sancho II, cerca de 1242. Ao longo de oito séculos de existência, constata-se que o complexo monacal nunca foi considerado terminado. Após a fundação da igreja e sala do capítulo, por ventura os primeiros elementos a serem construídos, até ao abandono da função monástica, nos inícios do século XIX, o conjunto sofreram várias campanhas de obras.
No século XVI o convento serve de hospital da Ordem e em meados do século XVII a população ascenderia a sessenta monges. Cedo o Convento afirma a sua importância junto da comunidade como parece evidenciar a construção de um alpendre no adro da igreja, ainda no final do século XIII, para albergar a população que afluía à igreja ou para a realização de actos públicos, como a reunião das cortes de 1477.
Após a extinção das ordens religiosas em 1834, o monumento recebe a cavalaria passando no século XX a integrar a Escola Prática de Cavalaria. Em 1917 o complexo arquitectónico é classificado como Monumento Nacional, tendo-se iniciado na década de 40 intermináveis obras de recuperação da responsabilidade da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais. Aqui foi D. João II proclamado rei em 1447. Ao seu claustro e estrutura espacial góticos juntam-se os elementos dos sécs. XV e XVI, designadamente os três portais manuelinos. O seu pórtico principal insere-se nos figurinos do mosteiro da Batalha, bem como o túmulo de D. Duarte de Menezes.
As escavações arqueológicas realizadas na década de 90 colocaram em evidência uma série de sepulturas escavadas na rocha tanto na nave central da igreja como nas capelas laterais, na zona do adro e vários silos de Época Islâmica anteriores ao próprio Convento.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Praia fluvial de Valhelhas (Guarda)
Aqui, na região da Beira Interior, junto à Serra da Estrela, sente-se que a natureza fervilha, pois encontra-se em estado puro.
Graças ao trabalho desenvolvido, a Praia Fluvial de Valhelhas possui infraestruturas de excelência, como um posto de primeiros socorros, bar, chuveiros, áreas de jogos, de merendas, churrascos , local destinado a pequenas embarcações e uma zona de estacionamento reservada especificamente para utentes com mobilidade reduzida, estendendo-se por 16 hectares.
A distinção atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa premeia o cumprimento de um conjunto de critérios de natureza ambiental, de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental. A Bandeira Azul, distinção máxima em termos de qualidade da água para um rio, o Zêzere, muito afectado pela poluição humana, no passado. O rio Zêzere é o principal curso de água de Valhelhas e um imprescindível meio para manter as culturas agrícolas marginais, através da rega distribuída por levadas que conduzem as águas desde os açudes que estratégicamente são feitos em diversos pontos do rio.
Nesta freguesia, realce também para uma ponte filipina de quatro arcos a ser actualmente restaurada.
sábado, 15 de agosto de 2009
Convento do Bom Jesus de Valverde (Évora)
A diocese eborense, ou Mitra de Évora, instituiu no início do séc. XVI, perto da ribeira de Valverde, uma quinta com paço episcopal. Terá sido o Infante Dom Henrique, primeiro arcebispo de Évora e futuro cardeal, quem fundou nos terrenos da quinta um convento de frades capuchos, da invocação do Bom Jesus, cuja comunidade aí se instalou em 1517.
A cúpula central ergue-se sobre um tambor muito elevado, rasgado por oito janelas. Destaca-se a notável igreja renascentista de planta centralizada, outrora decorada com retábulos atribuídos a Gregório Lopes e o claustro de planta quadrada com arcarias redondas e colunas de ordem toscana no piso inferior.
Na área do horto, também conhecido por "Jardim de Jericó", conservam-se várias estruturas hidráulicas construídas entre os séculos XVI e XVIII, de que se destacam pela sua monumentalidade o aqueduto, a "Casa da Água" (poço-cisterna) e o tanque circular também chamado dos Cardeais.
Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, todo o conjunto acabou por ficar na posse do Estado, que aí instalou um Posto Agrário, mais tarde a Escola Prática de Agricultura, a depois ainda a Escola de Regentes Agrícolas. Actualmente, o Colégio da Mitra e o do Bom Jesus de Valverde constituem, com a Herdade Experimental da Mitra e o seu complexo habitacional, o Polo da Mitra da Universidade de Évora, onde funcionam departamentos de Ciências Agrárias e Biologia e serviços de apoio, incluindo uma herdade experimental.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Mosteiro Santa Clara-a-Velha (Coimbra)
Na margem esquerda do Mondego em frente à cidade de Coimbra, mandou D. Isabel de Aragão, em 1314, erguer o mosteiro de Santa Clara, no local do primitivo núcleo de monjas clarissas fundado em 1283 por D. Mor Dias.
Dada a proximidade do rio Mondego, a história deste espaço foi desde logo moldada pela invasão das águas. A primeira inundação ocorreu no ano seguinte ao da sagração, e a partir daí as repetidas cheias do rio provocaram o progressivo assoreamento do mosteiro, e determinaram algumas transformações no edifício. No século XVI, o claustro estava já permanentemente alagado de Inverno e de Verão.
Em 1677 dá-se a inevitável transferência da comunidade para o mosteiro de Santa Clara-a-Nova, construído mais acima, no Monte da Esperança, razão porque passou este a ser conhecido por Santa Clara-a-Velha. Este abandono e a imersão nos sedimentos e águas, ao causar o desmoronamento e ruína da estrutura claustral, permitiu também que a parte inferior se mantivesse inalterada durante os séculos seguintes, sem intervenções e acrescentos estilísticos posteriores.
Entre 1995 e 1999 procedeu-se a uma vasta campanha arqueológica, rebaixando-se o nível freático, através do bombeamento permanente das águas, para permitir uma escavação mais próxima do ambiente "seco", e que levou à desobstrução da igreja e do claustro até à cota do pavimento, pondo a descoberto as estruturas arquitectónicas até então enterradas e submersas, contribuindo com novos dados para a história da arte e da arquitectura portuguesas.
No fim de Abril deste ano, o Mosteiro reabriu ao público após um encerramento de 12 anos para a realização de obras de recuperação que custaram 25 milhões de euros, incluindo o isolamento da área das águas subterrâneas provenientes do Mondego, através de um complexo projecto de engenharia.
Os visitantes podem usufruir de um centro interpretativo, de áudio-guias e de diversos dispositivos multimédia para melhor conhecer a história do edifício e do processo de reabilitação. Concebido para o público e investigadores, o centro interpretativo consiste num edifício de mil metros quadrados, com funções museológicas, dotado de um auditório, salas de exposições, uma loja e uma cafetaria voltada para o monumento, num espaço onde o elemento água está sempre presente.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Quinta da Bacalhôa ( V. F. Azeitão)
A denominação tradicional desta quinta, situada em Azeitão, deve-se possivelmente à alcunha de "Bacalhau" que tinha D. Jerónimo Manuel, Capitão-Mor das naves da carreira da Índia, marido de D. Maria de Mendonça e Albuquerque, herdeira da Quinta da Bacalhoa, que foi pertença de Afonso de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia com o mesmo nome.
Foi, ainda, por mais de 500 anos, a Quinta e o Palácio da Bacalhôa um nobre domínio: primeiro na posse dos infantes da Dinastia de Aviz e posteriormente na de Afonso Brás de Albuquerque, ou Afonso de Albuquerque, filho. Porém, após a morte deste notável fidalgo, o domínio sofreu um percurso acidentado e por vezes degradante.
O Palácio e a Quinta da Bacalhôa formam só por si um monumento artístico da mais alta significação em Portugal. Foi o inicio de uma grande revolução artística chamada a Renascença. Impunham-se regras de simetria e ordem, subordinava-se o traçado do edifício a um todo homogéneo, formando como o homem, um ser único e simétrico nas suas partes. A Bacalhôa será talvez a edificação, em que se estreou em Portugal o estilo arquitectónico da Renascença, uma estreia de transição mas que também não obedece a um estilo puro.
Os seus vinhos, o Quinta da Bacalhôa e o Palácio da Bacalhôa, são dos mais famosos de Portugal. Relatos hoje históricos falavam sempre de vinhas na Quinta.
As condições edafoclimáticas da Quinta, a sua exposição suave a Norte e os seus solos, permitem uma maturação longa e completa das duas castas. Estas condições especiais marcam e personalizam o vinho aí produzido. A primeira colheita é o 1979 e logo foi considerado um dos melhores vinhos de Portugal. Desde então todos os anos é lançado um novo Quinta da Bacalhôa. Em 2000 é lançado pela primeira vez uma nova marca da Quinta, o Palácio da Bacalhôa, um “1º vinho” da propriedade que será produzido só nas melhores colheitas.
Os seus jardins e o engenhoso sistema hidráulico que os alimentavam são dos mais notáveis de Portugal. No plano estético representam um compromisso entre o gosto renascentista e a tradição portuguesa
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Viagem Medieval Stª. Maria da Feira
30 de Julho a 9 Agosto de 2009
A 13ª edição da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, iniciativa da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em parceria com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho, vai decorrer de 30 de Julho a 9 de Agosto de 2009, revivendo-se os primeiros anos do reinado de D. Afonso IV, o Justiceiro e depois o Bravo, que se destacou pelas reformas legislativas e judiciais que implementou e que duraram largos séculos.
Esta viagem ao passado permite que Santa Maria da Feira reviva, durante dez longos dias, grandes momentos de lazer, preenchidas pelo bulício dos mercadores, dos artesãos e das regateiras da feira, pelo labor dos artífices, pela arrogância dos cavaleiros que mostram a sua audácia em intensos combates, disputados em justas e torneiros, pela alegoria de personagens que vagueiam, pelo espírito de alegria que invade todo o burgo com sons e fantasias musicais que deslumbram e encantam todos aqueles que nela participam e visitam.
Com características únicas no país, este projecto diferencia-se pelo rigor histórico, dimensão (espacial e temporal) e envolvimento da população e associativismo local, reforçando uma vasta equipa de mais de mil pessoas de diversas áreas, das quais 250 em regime de voluntariado.
Centrada na recriação de episódios e acontecimentos que marcaram a história local e nacional da Idade Média, a VM começou por realizar-se no Castelo, mas rapidamente, se expandiu para todo o centro histórico e zona envolvente, ocupando actualmente uma área de 40 hectares. Recentemente, a VM foi distinguida com uma menção honrosa na terceira edição dos Prémios Turismo de Portugal, na categoria de "Animação".
Alojamento:
Hotel Feira Pedra Bela
Hotel Íbis – Europarque
Hotel Nova Cruz
Residencial dos Lóios
A 13ª edição da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, iniciativa da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em parceria com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho, vai decorrer de 30 de Julho a 9 de Agosto de 2009, revivendo-se os primeiros anos do reinado de D. Afonso IV, o Justiceiro e depois o Bravo, que se destacou pelas reformas legislativas e judiciais que implementou e que duraram largos séculos.
Esta viagem ao passado permite que Santa Maria da Feira reviva, durante dez longos dias, grandes momentos de lazer, preenchidas pelo bulício dos mercadores, dos artesãos e das regateiras da feira, pelo labor dos artífices, pela arrogância dos cavaleiros que mostram a sua audácia em intensos combates, disputados em justas e torneiros, pela alegoria de personagens que vagueiam, pelo espírito de alegria que invade todo o burgo com sons e fantasias musicais que deslumbram e encantam todos aqueles que nela participam e visitam.
Com características únicas no país, este projecto diferencia-se pelo rigor histórico, dimensão (espacial e temporal) e envolvimento da população e associativismo local, reforçando uma vasta equipa de mais de mil pessoas de diversas áreas, das quais 250 em regime de voluntariado.
Centrada na recriação de episódios e acontecimentos que marcaram a história local e nacional da Idade Média, a VM começou por realizar-se no Castelo, mas rapidamente, se expandiu para todo o centro histórico e zona envolvente, ocupando actualmente uma área de 40 hectares. Recentemente, a VM foi distinguida com uma menção honrosa na terceira edição dos Prémios Turismo de Portugal, na categoria de "Animação".
Alojamento:
Hotel Feira Pedra Bela
Hotel Íbis – Europarque
Hotel Nova Cruz
Residencial dos Lóios
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Reserva Botânica de Loendros (Cambarinho - Vouzela)
A Reserva Botânica de Cambarinho fica situada na povoação de Cambarinho, freguesia de Campia, concelho de Vouzela, distrito de Viseu, na vertente norte da Serra do Caramulo.
O Rhododentron Ponticumm, vulgo loendro, é um arbusto de crescimento espontâneo na Península Ibérica. Apresenta as folhas alongadas e flores vermelho violáceas de rara beleza. Prefere as zonas húmidas onde emoldura ribeiros e regatos nos meses de Maio e Junho obrigando os olhos dos visitantes a maravilharem-se num magnífico espectáculo de cor pela sua floração. Esta espécie encontrou na Serra do Caramulo e nos afluentes do Rio Alfusqueiro características climáticas e um solo propícios ao seu desenvolvimento.
Devido ao seu valor científico, educativo, turístico e paisagístico, os Loendros foram a 15 de Fevereiro de 1938 classificados com espécie de interesse público, através do Decreto Lei n.º 28468. No entanto, visto esta classificação não garantir a sua protecção foi posteriormente toda a área elevada à categoria de Reserva Botânica Integral, através do Decreto Lei n.º 364/71 de 25 de Agosto.
Recentemente viu a sua importância reconhecida já que faz parte da Lista Nacional de Sítios da Rede Natura 2000 (2.ª fase).
Sendo uma planta venenosa foi perseguida, através dos tempos, como planta indesejável nas matas e nos campos de cultivo por parte dos proprietários do gado, pois por vezes o gado ingere as folhas, originando graves perturbações nos animais e que podem levar à morte. Devido à sua rara beleza, o seu corte serve para enfeitar as ruas, edifícios e andores na altura das procissões religiosas. Servem também para a construção das “sebes” dos carros de vacas, dada a maleabilidade das suas varas para o trabalho de encanastrar.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Paço Real de Caxias (Oeiras)
O Paço Real de Caxias tem a sua origem no século XVIII, quando o Infante D. Francisco, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuborg iniciou a construção. Com a sua morte, acaba por ser o Infante D. Pedro V a tomar posse da Casa do Infantado, a que pertencia a Quinta e a terminar as obras.
Entre 1826 (data da morte D. João VI) e 1833 o paço esteve abandonado, até que D. Miguel de Bragança o ocupa durante alguns meses. Anos mais tarde serve de residência de Verão da Imperatriz e Duquesa de Bragança. Em 1985 é celebrado protocolo entre o Estado-Maior do Exército e a Câmara Municipal de Oeiras que procedeu à recuperação, manutenção e reutilização do jardim e cascata.
Situado à beira mar, este pequeno “Jardim Le Nôtre” é bem um exemplo da sofisticada vida social do século XVIII. O principal elemento do jardim é a cascata, de várias galerias comunicantes e dispostas em trono, corada por pavilhão octogonal, tendo em plano médio o tanque de onde parte da água caía no lago e onde se salienta o conjunto escultórico de Machado de Castro. As estátuas representam uma cena mitológica, segundo a qual a Deusa Diana vinha tomar banho junto da gruta onde o seu amado pastor Endimião dormia um sono eterno. Das estátuas partiam vários jogos de água, emprestando ainda mais movimento aos figurantes deste gigantesco palco wagneriano.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Queda do Vigário (Alte - Loulé)
A Queda do Vigário é uma queda de água da ribeira de Alte, que nasce na Quinta do Freixo, junta-se com a ribeira de Algibre perto de Paderne, formando a ribeira de Quarteira. Despenha-se a pique a 24 metros de altura caindo num grande lago que se assemelha a um alguidar, num local de grande beleza natural
Esta obra terá sido feita a mandado de Duarte de Melo Ribadeneyra, 18º Senhor de Alte, nos finais do século XVII, com o objectivo de embelezar a ribeira. No entanto, supõe-se que já existisse uma queda de água mais pequena, permanente ou temporária, nesse local. Há registos, nos arquivos da Casa d’ Alte que referem que a Queda do Vigário ficou tão bem construída, que nem foi afectada com o terramoto de 1755. Outrora, este espaço era muito procurado pelos habitantes locais para passear e tomar banho, aos domingos ou em dias de festa.
O terreno envolvente à Queda do Vigário foi adquirido, a particulares, pela Câmara Municipal de Loulé em 2002, que executou, posteriormente, obras com vista à criação de acesso, zona de lazer, parque de merendas e um edifício de apoio.
O espaço sofreu remodelações recentes, tornando-o ainda mais aprazível e propicio a momentos de lazer.
O acesso a este bonito espaço faz-se, após o estacionamento, junto ao cemitério de Alte, numa descida de cerca de 300 metros.
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