A aldeia do Soajo está implantada numa das vertentes da Serra da Peneda e é famosa pelo notável conjunto de 24 espigueiros erigidos sobre uma enorme laje granítica, usada pelo povo como eira comunitária. Os espigueiros, também designados por canastros, são construções destinadas ao armazenamento das espigas, edificadas em zonas onde o terreno é mais elevado de forma a permitir a secagem do milho e protegendo as mesmas da humidade, dos pássaros, insectos e roedores. No topo, são geralmente rematados por uma cruz, que significa a invocação divina para a protecção dos cereais.
A aldeia, sobranceira ao Rio Lima, possui um Pelourinho, testemunho do tempo em que esta população serrana foi vila. Sobre três degraus assenta a coluna, em cuja parte superior, sem capitel, aflora uma carta rudemente lavrada. No alto da coluna, insolitamente, existe uma grossa laje de forma triangular. Característico destas serras é o Cão Sabujo, uma raça autóctone que aparece fortemente documentada desde a Idade Média.