domingo, 12 de abril de 2009

Lindoso (Ponte da Barca)



O lugar estratégico que é Lindoso, esteve sempre relacionado com a defesa de passagem pela portela da Serra Amarela e pelo Vale do Cabril, e respondendo no princípio da formação de Portugal, à concepção de uma cintura defensiva ao longo da raia confinante com o reino vizinho.
Prova desta importância histórica e militar é o seu imponente Castelo, fundado nos inícios do Séc. XIII e classificado monumento nacional, hoje um interessante espaço museológico.
O soberano rei D. Dinis gostou tanto do castelo pela primeira vez que lá se deslocou, que repetiu a visita mais algumas vezes. Diz a lenda: "Tão alegre e primoroso o achou, que logo Lindoso se chamou".

A aldeia é composta por típicas casas antigas de granito, subsistindo ainda em algumas instalações agrícolas a pitoresca cobertura de colmo. Junto ao Castelo de Lindoso existe uma eira composta por 50 espigueiros dos séc. XVII e XVIII, apresentando um aglomerado único no país e de rara beleza. Inteiramente de pedra, cada exemplar apoia-se em vários pilares curtos, assentes na rocha e encimados por mós ou mesas. Sobre eles, repousa o espigueiro que tem uma cobertura de duas lajes de granito unidas num ângulo obtuso, ornamentado nos vértices com cruzes protectoras, que também servem para arejar o espigueiro. Alguns dos espigueiros têm dois andares.

A Citânia de Cidadelhe situa-se a 100 metros do lugar de Cidadelhe. Tratam-se de vestígios arqueológicos de uma citânia situada numa plataforma sobre o Rio Lima. Historiadores situam aqui a cidade romana de Bretalvão ou Flávia Lambria.

Vilarinho das Furnas (Terras de Bouro)


Foto gentilmente cedida por Homem ao Mar



Vilarinho das Furnas era uma pequena aldeia da freguesia de S. João do Campo, situada no extremo nordeste do concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga, na Peneda-Gerês, vizinha de Espanha.
A sua origem perde-se na bruma dos tempos. Segundo uma tradição oral, contada pelos mais antigos, teria começado a sua existência por ocasião da abertura da célebre estrada da Geira, que de Braga se dirigia a Astorga, num percurso de 240 Km, e daqui a Roma. Teve foral em 1218. As difíceis condições da sua subsistência levaram a uma intensa vida comunitária.
À data da sua morte, em 1972, devido à construção da barragem, ainda havia o forno comum e as vezeiras ou pastoreio comum. Mas subsistiam outras práticas, como a assembleia de vizinhos.
Nos anos de maior seca, quando se esvazia a albufeira, é possível visitar as ruínas da aldeia submersa, cuja memória ficou perpetuada através do Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas.