sábado, 15 de agosto de 2009

Convento do Bom Jesus de Valverde (Évora)



A diocese eborense, ou Mitra de Évora, instituiu no início do séc. XVI, perto da ribeira de Valverde, uma quinta com paço episcopal. Terá sido o Infante Dom Henrique, primeiro arcebispo de Évora e futuro cardeal, quem fundou nos terrenos da quinta um convento de frades capuchos, da invocação do Bom Jesus, cuja comunidade aí se instalou em 1517.
A cúpula central ergue-se sobre um tambor muito elevado, rasgado por oito janelas. Destaca-se a notável igreja renascentista de planta centralizada, outrora decorada com retábulos atribuídos a Gregório Lopes e o claustro de planta quadrada com arcarias redondas e colunas de ordem toscana no piso inferior.
Na área do horto, também conhecido por "Jardim de Jericó", conservam-se várias estruturas hidráulicas construídas entre os séculos XVI e XVIII, de que se destacam pela sua monumentalidade o aqueduto, a "Casa da Água" (poço-cisterna) e o tanque circular também chamado dos Cardeais.
Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, todo o conjunto acabou por ficar na posse do Estado, que aí instalou um Posto Agrário, mais tarde a Escola Prática de Agricultura, a depois ainda a Escola de Regentes Agrícolas. Actualmente, o Colégio da Mitra e o do Bom Jesus de Valverde constituem, com a Herdade Experimental da Mitra e o seu complexo habitacional, o Polo da Mitra da Universidade de Évora, onde funcionam departamentos de Ciências Agrárias e Biologia e serviços de apoio, incluindo uma herdade experimental.