domingo, 27 de março de 2011

Batalha dos Atoleiros ( 2 e 3 de Abril) - Fronteira


Batalha dos Atoleiros from ccnunoalvares on Vimeo.

A Batalha dos Atoleiros teve um enorme significado. Em primeiro lugar, e no aspecto militar, Atoleiros foi uma grande vitória portuguesa e exclusivamente protagonizada por efectivos portugueses, com grande protagonismo de forças oriundas do Alentejo, contra um exército muito superior. Em segundo lugar, a Batalha dos Atoleiros significou o despontar da destreza e argúcia militar daquele que veio a ser um grande e respeitado chefe de guerra, D. Nuno Álvares Pereira. Para um pequeno povo que defrontava uma campanha e uma invasão de um grande e poderoso Reino, este acreditar na chefia militar foi fundamental para o moral, para cerrar fileiras e para enfrentar um inimigo superior em número e em material de guerra.
A Batalha dos Atoleiros representou também uma inovação táctica e militar, na medida em que, ao contrário do que era usual na época, a cavalaria teve ordem para desmontar e aguardar, a pé, a ofensiva inimiga. Em terceiro lugar, o êxito alcançado na Batalha dos Atoleiros teve um enorme impacto psicológico nos apoiantes do Mestre de Avis e de uma forma geral em Portugal, ao demonstrar que apesar de todo o seu poderio militar, os castelhanos não eram invencíveis. Esta constatação demonstrou aos portugueses, que se devidamente organizada e orientada, a luta pela independência do Reino poderia ser bem sucedida.
Paralelamente, a Batalha dos Atoleiros implicou uma alteração profunda na perspectiva dos castelhanos. Com efeito, os castelhanos chegaram a Atoleiros com uma confiança extrema, a roçar a sobranceria. Com esta derrota inapelável e estrondosa, toda a confiança castelhana na sua qualidade e superioridade numérica foi abalada de alto a baixo, e a partir daí, a campanha começou a deixar de ser encarada como um passeio e uma mera acção de polícia. Em quarto lugar, a Batalha dos Atoleiros constitui um acontecimento de extrema importância na chamada crise de 1383 a 1385, que consagrou e definiu, de uma vez por todas, a identidade de Portugal, como País, como povo e como nação. Esta consciência de independência nacional jamais se veio a perder, chegou aos nossos dias e certamente ficará para o futuro.

É assim possível afirmar que a partir de Atoleiros e da crise de 1383 a 1385, o país chamado Portugal perdeu a perspectiva de reino de organização baseada em laços feudais, para passar a dispor de uma consciência nacional, traduzida na noção de independência, na necessidade de fronteiras e de governo próprio, assegurado por nacionais e sem interferências estrangeiras. O êxito alcançado na Batalha dos Atoleiros iniciou assim um processo notável de afirmação da nação portuguesa, sem o qual não teria sido possível nem Aljubarrota, nem mais tarde o Acordo de Paz com Castela, em 1411.

N. B. - Texto retirado do site promocional da Batalha.



sábado, 19 de março de 2011

VIII Festa Internacional das Camélias (18-20 Março) - Celorico de Basto




Este certame tem como objectivos a divulgação e valorização do património natural constituído por camélias existentes no concelho, é já uma tradição celoricense, e conta com a realização de inúmeras acções direccionadas para o tema das camélias como exposições, concursos e trabalhos alusivos à flor. A festa das Camélias arrasta, anualmente, milhares de visitantes que querem saber mais sobre a planta que se encontra espalhada por muitos jardins do concelho. Esta planta de longevidade assinalável, originária da Índia e do Japão, surgiu nos jardins das casas solarengas deste concelho minhoto há pelo menos dois séculos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pedra Letreira - Alvares - Góis

                                          Foto de Goisproperty.com
                               
A Pedra Letreira é um monumento de arte rupestre dos primórdios da Pré-História recente que foi descoberto nos anos 50 do século passado. É um afloramento de xisto ante-câmbrico, de estratificação vertical, em cuja superfície horizontalmente alisada se encontra uma sequência de gravuras inscritas. É tida pelos populares como uma obra de mouros que teriam ali deixado os seus fascinantes tesouros. O que se sabe é que estes vestígios do passado preenchem lacunas sobre o conhecimento da pré-história local, indiciando uma presença humana activa, motivada pela abundância de minérios. O processo de gravação utilizado para inscrever as figuras, que integram o petróglifo, foi o método da abrasão com instrumento bicudo e sólido, muito provavelmente um machado. Este imponente monumento permite uma viagem no tempo, onde podemos observar uma série de representações, interpretadas como arco e flecha e outras mais complexas, talvez do Bronze Inicial.

Acessos: Seguindo na Estrada Nacional nº2, na rotunda da Portela de Góis, vire à sua esquerda em direcção a Alvares. Alguns quilómetros depois, vire à sua direita (direcção Alvares) e, logo a 30 metros, seguir a pé pelo caminho de terra batida à sua direita. Após 700 metros, já consegue visualizar ao fundo uma espécie de plataforma a meia encosta.  

N. B. - Parte do texto retirado de prospecto turístico da Câmara Municipal de Góis.

Góis Selvagem from Luis Ferreira on Vimeo.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Danças dos Cus - Carnaval de Cabanas de Viriato (Carregal do Sal))





Longe dos carnavais "abrasileirados" pelas telenovelas e perto das tradições portuguesas, Cabanas de Viriato ( terra desse magnífico grande vulto chamado Aristides de Sousa Mendes, o "Justo entra as Nações", ex-cônsul de Portugal em Bordéus que salvou milhares de judeus do jugo nazi) atrai milhares de forasteiros de todo o país que se fantasiam e dão um colorido invejável à vila durante três dias.

O verdadeiro nome da folia é "Dança Grande", mas os forasteiros mudaram-lhe o título, porque, "quando há variações de ritmo, as pessoas vão ao centro e chocam de rabo". A "tradição genuinamente nacional" sobrevive desde 1865.  Domingo de Carnaval é reservado para as crianças que conta com a participação de todas as escolas do concelho. Segunda e Terça-feira, é para todas as idades, todos quantos queiram participar, na famosa Dança dos Cus:  ao som da Valsa de Carnaval tocada pela banda da Sociedade Filarmónica, alinhados em duas filas, os foliões vão dançando pelas ruas da vila, batendo com os traseiros nos dos vizinhos do lado quando há uma variação do ritmo. A sua forma tão “desorganizada”, espontânea, natural, onde todos podem participar livremente, é de facto cativante, imperdivel. 

"Zambombadas", uma sonora designação para não menos barulhentas sessões de bombos, fortemente percutidos durante a noite, e que começam a percorrer a vila e a anunciar o Carnaval com 15 dias de antecedência. De domingo a terça feira, nas horas deixadas livres pela dança dos cus, ouvem-se as "entrudadas", sessões de declamação de quadras populares, ditas ao ritmo dos bombos, denunciando segredos da vila. "Ouve-se então o que toda a gente já sabe, mas que algumas pessoas queriam manter em segredo".