segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Lapa de Santa Margarida



Em plena serra da Arrábida, na encosta Sul, entre a Praia de Alpertuche e o Portinho, situa-se a Lapa de Santa Margarida. Descendo uma escadaria com cerca de 200 degraus, aparece uma pequena capela construída no século XVII, debaixo de um alpendre, apresentando três nichos destinados às imagens de Santa Margarida, Santo António e Nossa Senhora da Conceição. A gruta foi usada pelo Homem pré-histórico e já esteve coberta de estalactites e estalagmites, mas neste momento aquilo que resta é  a sua abertura sobre o mar.
 
Acessos: a partir do Portinho da Arrábida, procurar o lar de férias da Casa do Gaiato. Do lado oposto existe um pequeno caminho particular de acesso a uma propriedade privada com o nome "Casal de Stª Margarida" e do lado esquerdo aparece o início do trilho no meio da vegetação que avança em direcção ao mar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Praia de Vale Furado (Alcobaça)

 
 
A pequena povoação de Vale Furado tem do cimo das arribas uma paisagem irrepreensível, e lá em baixo,  118 degraus depois, perdida entre falésias corroídas pela erosão dos ventos, surge a extensa praia com cerca de 1,5 km. Apesar de não ter vigilância, comunicações móveis, nem praticamente nenhuma infraestrutura, a praia de Vale Furado é dona de uma beleza estonteante, com diversas nascentes de água doce.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Praia da Formosa (Santa Cruz) - Torres Vedras

                                                        (foto: Eduardo Martinho)

Os toldos às riscas vermelhos juntamente com os bancos em pedra são a imagem desta praia, uma continuação a sul do extenso areal de Santa Cruz. Aqui, o mar não é tão bravio nem tem aquelas fortes correntes características da zona. Por outro lado, as escarpadas arribas protegem os banhistas das nortadas frias. Junto à Rampa dos Crocodilos, forma-se uma piscina natural indicada para os banhos de mar dos mais pequenos, nesta praia galardoada com a Bandeira Azul.

domingo, 10 de julho de 2016

Praia fluvial do Pego - Penha Garcia (Idanha-a-Nova)



Mergulhar numa piscina rodeado por estratos fósseis com cerca de 480 milhões de anos não é muito comum. As imponentes arribas revelam esta espantosa riqueza comprovando que este local era uma zona oceânica há muito tempo atrás. As águas da barragem de Penha Garcia que retêm o Rio Pônsul alimentam o açude e abaixo do paredão da mesma existem velhos moinhos de rodízios acompanhando o curso do rio, outrora o maior conjunto de unidades moageiras do concelho. O local não tem infraestruturas de apoio mas possui uma fantástica cascata. A região foi classificada como Biótopo da Serra de Penha Garcia e  engloba o território do Geopark Naturtejo da Meseta Meridional.




N. B. - Quem trouxer crianças, não aconselho a deslocar-se à praia pelo percurso pedestre PR3 "Rota dos Fósseis", nomeadamente o caminho que vai da encosta do castelo ao paredão da barragem. A alternativa é procurar o Centro de Dia  e percorrer a Av. Joaquim Mourão Lopes Dias até ao final, seguindo depois a pé.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Amieiro (Alijó)




Para Setembro de 2016 está previsto o funcionamento da Barragem Foz Tua. Alijó, onde situa a aldeia de Amieiro, é um dos concelhos onde a paisagem e o rio Tua se vão transformar num lago artificial com 420 hectares.
A aldeia não vai ser submergida mas parte dos seus terrenos não vão escapar em nome do progresso.
Para já, ainda é possível ver o seu casario disposto em presépio na vertente da montanha. Do seu património destaca-se a Igreja Matriz dedicada a Santa Luzia, a Capela de Nª Sra. da Conceição e a Fonte de Santo António. Existem ainda vestígios de um antigo teleférico que antigamente fazia a travessia de pessoas para a outra margem do rio, indo apanhar o comboio à Estação de Santa Luzia.
De realçar ainda o Miradouro das Fragas que permite avistar o vale do Tua, com toda a agressividade granítica que nos impressiona e fascina. Aqui terá existido um castro de defesa natural.
Os seus férteis terrenos, protegidos dos ventos norte e nordeste, propiciam o cultivo do vinho, azeite, laranja e produtos hortícolas.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Trebilhadouro - Vale de Cambra









A 625 metros de altitude, encaixada nos socalcos da Serra da Freita, a aldeia de Trebilhadouro mantém a tradicional casa rural portuguesa em pedra granítica, material que se estende aos caminhos. Décadas depois, volta a ver habitantes graças a um projecto de turismo rural que recuperou a aldeia e após ter ganho alguma visibilidade devido ao Festival Internacional de Artes e Culturas que aí decorre. Abrigada dos ventos que sopram do Norte, a paisagem é verde, rodeada de espigueiros, eiras e campos de cultivo a fazer lembrar outros tempos em que se viviam intensamente as desfolhadas.
Reza a lenda que ali foram encontradas três bilhas de ouro e essa descoberta, na linguagem popular, viria a dar origem ao topónimo Trebilhadouro. Também o espírito comunitário está patente em equipamentos como o recuperado tanque público e a fonte. A cerca de 1 km da aldeia encontram-se as gravuras de Trebilhadouro num afloramento granítico junto ao solo, ao lado de um pequeno afluente da ribeira de Fuste. Os motivos gravados incluem espirais (que chegam a ter mais de 60 cm de diâmetro), covinhas (muito numerosas e em toda a superfície), linhas (pelo menos quatro) e armas (provavelmente um machado de pedra).

quinta-feira, 31 de março de 2016

Algar de Benagil (Carvoeiro) - Lagoa


 
Esta cavidade natural formada pela erosão do vento e da água tem uma espécie de praia de areia privada no seu interior. A acção conjunta da força  mecânica das ondas do mar e a dissolução da rocha calcária promovida pela água da chuva tem recortado esta zona da costa. A grande abertura no topo rasga a arriba de tons ocres permitindo a entrada do sol e criando um ambiente mágico.
O acesso até ao algar só pode ser feita através do mar, de barco, caiaque ou a nado a partir das praias de Benagil e da Corredoura.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Entrudo do Pai Velho - Lindoso (Ponte da Barca)



A celebração do enterro do Pai Velho está directamente ligada à dos Reis. Enquanto no dia 5 de Janeiro os homens iam a cada casa cantar as Janeiras, no dia 6 realizava-se o peditório para o Carnaval que consistia em dádivas alimentares. Quem recusava participar era alvo de sanções sociais expressas no roubo ritual de alguns dos haveres da casa e do campo.
Entre os Reis e o Carnaval tinha lugar a chamada ceia de Carnaval em que se organizava as festas carnavalescas. Os cortejos são feitos nos lugares de Castelo e Parada, competindo entre si, nomeadamente na disputa para se ter o carro de bois mais exuberante e vistoso, feito pelos homens à base de elementos vegetais (palha, flores, ervas, cedro).
Esta celebração representa a despedida do Inverno - o enterro do Pai Velho, a queima do boneco de palha e a leitura do seu testamento - e a  chegada da Primavera. "No carro das ervas está  a chegar a Primavera, no carro do Pai Velho está a ir-se embora o Inverno. Adeus Pai Velho - eras um bom Pai".

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Fenda da Calcedónia - Covide (Terras de Bouro)



 
 
 
A Fenda da Calcedónia é um dos caminhos para se chegar ao cume do penedo da Calcedónia onde outrora existiu um povoado fortificado da Idade do Ferro, mais tarde ocupado pelos romanos. O acesso é feito pelo chamado "Trilho da Cidade da Calcedónia", e o principal desafio desta rota é passar pela fenda labiríntica que rasga o penedo granítico de um lado ao outro levando-nos ao seu topo. Aí, as vistas alcançam o Santuário da Porta Aberta e a Barragem da Caniçada.
 
N.B.: Sendo um trilho exigente (4 horas de caminhada), é aconselhável contactar um guia local, não ir sozinho, levar roupa e calçado apropriado, água, e não ir muito carregado.  
Para quem não gosta de caminhar muito e não queira partir de Covide, leve o automóvel em direcção ao Campo do Gerês (São João do Campo). Quando chegar ao cruzamento onde se encontra o cruzeiro e marco miliário vire para "Lamas/Junceda", e continue pela Estrada Municipal 533. Depois de muitas curvas, aparece uma longa recta onde é visível do lado direito o maciço granítico (999 metros).
 
 
 



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Sistelo (Arcos de Valdevez)





A Direcção-Geral do Património Cultural está perto de oficializar toda a área de socalco da aldeia de Sistelo como paisagem cultural protegida, bem como os imóveis localizados à sua volta.
A povoação que fica situada no extremo norte do concelho de Arcos de Valdevez, junto à nascente do rio Vez e às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), tem cerca de 300 habitantes e uma paisagem marcada por casario tradicional, moinhos, espigueiros e o tal elemento especialmente marcante, os socalcos, que lhe valeram o tratamento como “o pequeno Tibete português”. Estes elementos são exemplo da forma como as populações, durante séculos, ultrapassaram as difíceis condições orográficas naquele vale encaixado do rio Vez para tornarem estas terras produtivas, irrigando-as através de levadas.
O Castelo de Sistelo, ex-líbris da aldeia, merece uma cuidadosa visita: trata-se de um palácio de finais do século XIX onde viveu o Visconde de Sistelo. O restante património monumental é completado pela Igreja Paroquial, a Casa do Visconde de Sistelo, a Ponte Romana e o Moinho, a ponte de Sistelo de jusante, a Ermida de Nossa Senhora dos Aflitos e as Capelas de Santo António, de São João Evangelista, da Senhora dos Remédios e da Senhora do Carmo.
É interessante subir ao miradouro do Chã da Armada para admirar a magnífica vista panorâmica e percorrer o Trilho das Brandas de Sistelo (10 km).