quinta-feira, 28 de maio de 2009

Parque de Monserrate (Sintra)



O Parque de Monserrate constitui um dos mais notáveis exemplos de jardins românticos em Portugal, fruto das contribuições dos seus proprietários e arrendatários que, desde os finais do século XVIII, o foram enriquecendo sucessivamente.
Os primeiros registos de Monserrate remontam a cerca de 10 séculos atrás, época da ocupação muçulmana da Península Ibérica. Já em meados do século XVI, a propriedade pertencia ao Hospital de Todos-os-Santos, em Lisboa, cujo reitor, o abade Gaspar Preto, se deixou encantar pela virgem negra de Monserrate, na Catalunha. Então, mandou fazer uma estátua da santa e erigir uma pequena capela para albergá-la, no lugar onde está hoje o Palácio.
Em 1856 a quinta de Monserrate é comprada à família Mello e Castro por Francis Cook, um milionário inglês, comerciante de têxteis que manda refazer o palácio, agora ao gosto neo-mourisco, e que cria um notável jardim paisagístico, inspirado pelo romantismo inglês.
Todo o edifício consiste numa delicada obra de arte: desde os relevos das paredes aos preciosos painéis de alabastro, passando pela engenhosa escadaria até às abóbadas “rendilhadas”, por detrás das quais eram colocados painéis coloridos para criar jogos cromáticos a partir da luz do sol. A construção é perfeitamente simétrica e milimetricamente alinhada com os pontos cardeais; de tal forma que, mesmo em pleno inverno, não era necessário aos seus habitantes o recurso ao sofisticado sistema de aquecimento central.
Monserrate oferece-nos hoje a possibilidade de fruição de um ambiente característico de um jardim romântico à inglesa, para além da contemplação de um património arquitectónico de referência e o conhecimento de inúmeras espécies botânicas de grande notoriedade.