domingo, 31 de maio de 2009

Pedra da Ursa (Sintra)



A Pedra da Ursa, bem como as outras ilhotas rochosas sobranceiras a esta praia são calcários jurássicos.
Os mais desatentos nem dão por ela, mas na estrada para o Cabo da Roca, uma velha placa de pedra indica o caminho de terra para a Ursa. A estrada, cheia de buracos e pedras pontiagudas, é um primeiro aviso para o que vem a seguir. Protegida por altas falésias e um acesso perigoso o suficiente para a manter a salvo de grandes enchentes, a Ursa é um verdadeiro tesouro para quem gosta de sossego e isolamento, impossível de conseguir nas praias vizinhas de Sintra e de Cascais. A estrada de terra termina num local ermo com vista para o mar e para chegar ao areal, desde o alto, é ainda necessário caminhar cerca de dois quilómetros, pelas estreitas e escorregadias veredas que sulcam a encosta. O percurso demora cerca de uma hora, a que se acrescentam mais 90 minutos para o regresso, porque a subir custa mais. Aconselha-se o uso de calçado desportivo, bem como bastante cautela nos troços com pedras soltas. Uma vez chegados lá abaixo, a vista é assombrosa, com as colossais pedras da Ursa e Gigante, dois enormes monolitos naturais que se erguem do mar, a dominarem toda a paisagem. Durante a maré baixa, é possível explorar as enseadas da Palaia (a sul) e a do Pesqueiro do Abrigo (a norte). Entre elas, estende-se um areal com cerca de 50 metros, quase só frequentado por pescadores à linha e adeptos do naturismo.
Uma lenda conta que há muitos milhares de anos, quando a terra estava coberta de gelo, aqui vivia uma ursa e seus filhotes. Quando o degelo começou, os Deuses avisaram todos os animais para abandonarem a beira-mar, mas a ursa, teimosa, recusou-se pois ali tinha nascido e ali queria ficar. Os Deuses enfurecidos transformaram a ursa em pedra e os seus filhotes em pequenos calhaus dispersos à volta da mãe e ali ficaram para sempre dando assim o nome à praia.