Foto: Geocaching
Há muitos, muitos anos, na época dos romanos, a aldeia de Alcabideque vivia um ano de grande seca. Num belo dia, estava uma senhora com o seu rebanho que pastava, quando viu, saíndo de um buraco, um pássaro que tinha o bico e as patas molhadas.
Refeita do espanto, correu à aldeia a chamar os vizinhos para verem tal fenómeno. Começaram, então todos a escavar e encontraram uma nascente. Houve festa a noite toda pois acabara a seca. s romanos, alguns anos depois, taparam a nascente com uma torre e canalizaram a água para a cidade de Conímbriga.
Desde esse dia, passou a ser uma região farta de água e Alcabideque sinónimo de "olhos de água" e de "água de Deus".
Esta lenda funde-se com o extraordinário legado romano. Após a fundação de Conímbriga, os romanos construíram um aqueduto com cerca de três quilómetros - cuja conduta é, essencialmente, subterrânea - por forma a dotar a cidade com água. Nos últimos 170 metros passa a correr sobre arcos: dos 16 iniciais, resta apenas um.
Alcabideque não é mais do que uma torre de captação, junto a um tanque recolector, que servia essencialmente para captar e elevar a água para o seu posterior transporte, através do aqueduto. Perdida a sua funcionalidade tantos séculos volvidos, o castellum, termo também usado para referir uma torre de elevação, subsiste enquanto exemplo da engenhosa construção romana.