Este blog serve para identificar lugares recônditos do país, tradições, sítios com história, ou simplesmente lugares naturais de uma beleza deslumbrante. Urge preservar esses espaços para as gerações futuras afim de termos orgulho da nossa essência lusitana.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Mosteiro Santo António do Varatojo (Torres Vedras)
O Mosteiro de Santo António do Varatojo foi fundado por D. Afonso V em 1470, como cumprimento de uma promessa que o monarca havia feito a Santo António, pedindo auxílio para as campanhas do Norte de África.
Em meados do século XVI, devido possivelmente aos estragos que o terramoto de 1531 havia provocado na estrutura monacal, D. João III mandou refazer e aumentar o espaço dos dormitórios, na mesma época em que foi edificada a enfermaria, bem como a capela-mor do templo, edificada a expensas da rainha D. Catarina
No ano de 1680 instalou-se no Varatojo o Colégio de Missionários Apostólicos, e cerca de 1739 foi acrescentado à zona dos dormitórios um novo piso, para albergar o noviciado do colégio. No entanto, com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, a comunidade de franciscanos do mosteiro foi dispersa, e alguns anos mais tarde, em 1845, o edifício monacal foi vendido em hasta pública ao Barão da Torre de Moncorvo. O espaço acabou por voltar para a posse dos frades franciscanos, que compraram o mosteiro ao herdeiro do barão em 1861.
Os religiosos do Varatojo voltaram a perder o mosteiro depois da implantação da República, sendo forçados a abandonar o espaço ainda no ano de 1910. O mosteiro era então transformado em asilo de idosos. A comunidade franciscana só voltou a ocupar o cenóbio em 1928, no ano em que o Governo português entregou o espaço às Missões Franciscanas Portuguesas, mantendo-se na sua posse até hoje.
O espaço do mosteiro apresenta uma estrutura eclética que conseguiu integrar vários modelos diferentes relativos às diversas épocas construtivas, nomeadamente um portal gótico gravado com baixos relevos, e o claustro quatrocentista, o tecto mudéjar da portaria e vários portais manuelinos no espaço claustral, o templo maneirista, vários painéis de azulejo, tanto de gosto maneirista como azulejos de padrão e figurativos de gosto barroco, altares de talha de estilo nacional e uma tela da autoria de Bacarelli, colocada na capela-mor.
Implantando numa encosta, destaca-se o pequeno espaço da cerca conventual, pelo valor botânico da sua frondosa mata. Este convento tem a curiosidade de ainda albergar uma comunidade monástica que produz e vende plantas e remédios naturais. Também vale a pena reparar na gigantesca trepadeira que abraça a quase totalidade do claustro.
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