terça-feira, 7 de julho de 2009

Cheleiros (Mafra)



A freguesia é atravessada pela Ribeira de Cheleiros que é responsável pela drenagem das terras, e, em grande parte, pela respectiva fertilidade agrícola.
Toda a freguesia se estende ao longo de vales, nos quais abundam os arvoredos, principalmente os pomares e os vinhedos, que tradicionalmente constituíam a principal fonte de recursos da população. Actualmente, e de acordo com dados fornecidos pela Junta de Freguesia, estima-se que pouco mais de 50 pessoas se dediquem ainda à actividade agrícola, da qual uma grande parte é agricultura de subsistência e apenas uma pequena parte fornece os mercados da Grande Lisboa.

Restaurada pontualmente ao longo dos séculos (e mais recentemente na década de 80 do século XX), a Ponte Velha de Cheleiros - como também é conhecida - permanece como principal referência monumental e identitária desta vila. Sabe-se muito pouco acerca da ponte antiga de Cheleiros. A maioria dos autores aponta para uma origem romana, servindo a estrada que, "de Galamares, Faião e Cheleiros conduzia a Mafra". A robustez da construção, a solidez que, ainda hoje, transmite e, sobretudo, o facto de o seu arco ser de volta perfeita, amplo, e constituído por grandes silhares cuidadosamente aparelhados, são indicadores que sugerem esse passado romano, condição reforçada ainda pela ampla romanização (de carácter eminentemente rural) do actual concelho de Mafra. Existem, todavia, outros indícios que favorecem uma catalogação estilística gótica.

Do ponto de vista do património cultural, merecem ainda destaque o cruzeiro instalado na zona do Arrebalde, o chafariz centenário, o relógio de sol de mostrador quadrado situado na Igreja Matriz, o pelourinho, e a capela do Espírito Santo.
A Igreja Matriz, considerada monumento nacional, é um bom exemplo das influências manuelinas na arquitectura rural.
O vinho abafado do Carvalhal tem fama, tal como a aldeia de Broas, reminiscência de um passado retintamente saloio. Foi Vila e Concelho, com foral de 15 de Fevereiro de 1195, confirmado por D. Dinis, e novo por D. Manuel, de 1516.