terça-feira, 28 de abril de 2009

Mosteiro Flor da Rosa (Crato)


Fundado no século XIV pelo prior D. Álvaro Gonçalves Pereira (cujo túmulo jaz no interior da igreja), o complexo é composto por três edificações distintas, que se interpenetraram ao longo do tempo: paço acastelado gótico, ampliado na centúria de quinhentos, que lhe conferiu o prospecto actual renascentista e mudéjar; igreja-fortaleza gótica e manuelina, de nave única de grande altura e largo transepto e cabeceira pouco profunda; e dependências conventuais renascentistas e mudéjares.
A Pousada Flor da Rosa, hoje hotel de luxo, soube potenciar ao máximo as características mais genuínas do monumento e pode considerar-se como uma intervenção arquitectónica brilhante que, para além de ser moderna, soube respeitar integralmente as suas orígens. O arquitecto Carrilho da Graça foi o responsável pelo projecto.
Em 1340, verificou-se a mudança da sede da Ordem do Hospital, de Leça do Balio, ou de Belver, para o Crato. Data do ano seguinte um documento que prova a intenção de D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior da ordem, fundar uma capela no termo do Crato.
A partir do século XVI a Ordem do Hospital passou a denominar-se Ordem de Malta, nome que ainda hoje conserva.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pateira de Fermentelos (Águeda)


A Pateira de Fermentelos é uma lagoa natural, localizada no triângulo Águeda, Aveiro, Oliveira do Bairro, antes da confluência do Rio Cértima com o Rio Águeda, pertencendo na sua parte Sul ao Concelho de Águeda (freguesias de Ois da Ribeira, Espinhel e Fermentelos).
Considerada uma zona húmida de elevada riqueza ecológica, a Pateira de Fermentelos desde cedo se tornou um sistema em que as actividades humanas se integravam perfeitamente na sua dinâmica, permitindo assim a manutenção da lagoa. A prática de uma agricultura drenante e a recolha constante do moliço (para posterior utilização como adubo natural), permitiu a manutenção de uma significativa superfície livre de água e impediu o avanço do pântano. Este equilíbrio, entre a actividade agrícola e a recolha do moliço, conduziu a uma paisagem humanizada de elevada organização e diversidade, na qual a lagoa atingia a sua maior dimensão.
As suas margens são de grande beleza paisagística. Devido à quase nula apanha do moliço e aos detritos arrastados pelas águas que a alimentam, entrou em acelerado processo de assoreamento, emergindo já alguns cabeços e ínsuas cobertas de vegetação. O seu nome - Pateira - vem da regular presença de enormes bandos de patos-bravos, durante as migrações periódicas destas aves.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Aldeia típica de José Franco (Ericeira)



Homenagem

No Sobreiro, meio caminho entre Mafra e Ericeira, José Franco recupera os usos e os costumes das gentes do concelho. Paragem obrigatória numa das “aldeias” mais famosas do mundo - saloia, do início do século XX.
Sete décadas a trabalhar o barro, José Franco não se coibiu de fazer renascer a sua velha sala de aulas, com as pequenas mesas em madeira, o imponente armário da professora, a ardósia; na loja do barbeiro-dentista um freguês submete-se a um corte de barba, na mercearia a Ti Helena serve um copo de vinho… ambientes a convidarem a viagens no tempo. Retratou cenas da vida quotidiana e profissões da época protagonizadas por bonecos mecanizados.
Afastado de aldeia por motivos pessoais e familiares, José Franco realizou algumas das suas últimas peças no lar onde vivia. O mestre tinha um grande sonho que era criar uma escola de formação para crianças e jovens do Sobreiro. O outro desejo era criar uma fundação que preservasse o seu espólio mas a família era contra.
Faleceu com 89 anos devido a complicações na sequência de uma queda que levou ao seu internamento no hospital.
Segundo Jorge Amado, "um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos". Um bem haja...

Ver artigo de opinião: "O artista do barro"

domingo, 12 de abril de 2009

Lindoso (Ponte da Barca)



O lugar estratégico que é Lindoso, esteve sempre relacionado com a defesa de passagem pela portela da Serra Amarela e pelo Vale do Cabril, e respondendo no princípio da formação de Portugal, à concepção de uma cintura defensiva ao longo da raia confinante com o reino vizinho.
Prova desta importância histórica e militar é o seu imponente Castelo, fundado nos inícios do Séc. XIII e classificado monumento nacional, hoje um interessante espaço museológico.
O soberano rei D. Dinis gostou tanto do castelo pela primeira vez que lá se deslocou, que repetiu a visita mais algumas vezes. Diz a lenda: "Tão alegre e primoroso o achou, que logo Lindoso se chamou".

A aldeia é composta por típicas casas antigas de granito, subsistindo ainda em algumas instalações agrícolas a pitoresca cobertura de colmo. Junto ao Castelo de Lindoso existe uma eira composta por 50 espigueiros dos séc. XVII e XVIII, apresentando um aglomerado único no país e de rara beleza. Inteiramente de pedra, cada exemplar apoia-se em vários pilares curtos, assentes na rocha e encimados por mós ou mesas. Sobre eles, repousa o espigueiro que tem uma cobertura de duas lajes de granito unidas num ângulo obtuso, ornamentado nos vértices com cruzes protectoras, que também servem para arejar o espigueiro. Alguns dos espigueiros têm dois andares.

A Citânia de Cidadelhe situa-se a 100 metros do lugar de Cidadelhe. Tratam-se de vestígios arqueológicos de uma citânia situada numa plataforma sobre o Rio Lima. Historiadores situam aqui a cidade romana de Bretalvão ou Flávia Lambria.

Vilarinho das Furnas (Terras de Bouro)


Foto gentilmente cedida por Homem ao Mar



Vilarinho das Furnas era uma pequena aldeia da freguesia de S. João do Campo, situada no extremo nordeste do concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga, na Peneda-Gerês, vizinha de Espanha.
A sua origem perde-se na bruma dos tempos. Segundo uma tradição oral, contada pelos mais antigos, teria começado a sua existência por ocasião da abertura da célebre estrada da Geira, que de Braga se dirigia a Astorga, num percurso de 240 Km, e daqui a Roma. Teve foral em 1218. As difíceis condições da sua subsistência levaram a uma intensa vida comunitária.
À data da sua morte, em 1972, devido à construção da barragem, ainda havia o forno comum e as vezeiras ou pastoreio comum. Mas subsistiam outras práticas, como a assembleia de vizinhos.
Nos anos de maior seca, quando se esvazia a albufeira, é possível visitar as ruínas da aldeia submersa, cuja memória ficou perpetuada através do Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Vilarinho de Negrões (Montalegre)

Foto gentilmente cedida por Ricardo Alves

Na margem sul da Albufeira do Alto Rabagão encontra-se Vilarinho de Negrões, uma das aldeias mais pitorescas de toda a região, pelo seu casario ainda relativamente preservado e, acima de tudo, por se encontrar sobre uma estreita e bela península - um pedacinho de terra poupado à subida das águas. Vilarinho é assim uma terra que se vê diariamente ao espelho e se distingue à distância pela sua perfeita simetria, uma espécie de Jardim do Éden português.
Perto, situa-se a freguesia de Negrões, alma gémea, que possui um forno todo em granito. É um monumento a contrastar com canastros esguios, onde o milho e o centeio se conservam.
Prepare-se, a região do Barroso é diferente de tudo aquilo que alguma vez já viu!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Castro Laboreiro (Melgaço)


A freguesia de Castro Laboreiro, localizada no planalto com o mesmo nome, em plena serra, numa extensa área dentro do Parque Nacional da Peneda Gerês, dista vinte e cinco quilómetros da sede do concelho.
O seu nome vem de duas palavras Castrum: Castro – povoação fortificada pelo povo castrejo, de raça celta, que, depois do seu nomadismo durante milhares de anos nos planaltos, vivendo da caça e da pesca, e depois do pastoreio, se fixou nos outeiros para ali viver em comunidade e se defender das tribos invasoras, desde quinhentos anos antes de Cristo até ao século VI da era cristã. Laboreiro – do Latim “Lepus”, leporis, leporem, leporarium, lepporeiro, leboreiro.”
O castelo de Castro Laboreiro, está construído no alto de um monte, a 1 033 metros acima do nível do mar, com difícil acesso, numa região que tem vestígios da ocupação humana desde a pré-história.
O rio Laboreiro ajuda também à composição de todo um conjunto de extraordinária beleza, serpenteando serra abaixo, até se juntar ao rio Lima. Ligando as suas margens, permanecem as pontes que as várias civilizações que por aqui passaram foram construindo ao longo dos tempos.
Castro Laboreiro foi vila e sede de concelho desde 1271 até 1855. Teve tribunal, paços do concelho e cadeia, bem como alcaide e governador do castelo.
Tratando-se de uma raça pura, dócil e altiva, os mundialmente famosos cães de Castro Laboreiro são, desde o século VIII, motivo de orgulho do seu povo. É uma raça mastim de grande porte, nativa desta região montanhosa.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mosteiro de Pitões das Júnias (Montalegre)



Mosteiro de Pitões das Júnias ou de Santa Maria de Júnias, fica entalado num vale, por onde corre o rio Campesinho. Não tem data definida para a sua fundação, mas presume-se que se situe no final do século IX, quando eremitas se estabeleceram nesta região, vindo depois a organizarem-se em comunidades.
Durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa, depois de 1640, um ataque do exército espanhol à aldeia de Pitões, terminou com um incêndio que deixou o mosteiro em ruínas, com excepção da igreja. O convento viria a ser recuperado e já no século XVIII, há informação que dá conta de obras importantes na zona conventual, todavia com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o convento é abandonado e alguns anos depois deflagra um incêndio que apenas deixa a igreja de pé.
Deste pequeno convento, restam as paredes dos principais compartimentos a algumas arcadas do claustro, a igreja tem ainda o telhado, mas apresenta um aspecto de abandono, apesar de já terem sido feitas obras pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.
Chega-se ao mosteiro por um caminho de pé posto, a partir do cemitério de Pitões.

terça-feira, 31 de março de 2009

Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos)


Classificado como monumento nacional, este imóvel medieval é considerado um dos melhores exemplares arquitectónicos existentes no país, de transição do estilo românico para o gótico. Com origem anterior ao séc. X, foi posteriormente (séc. XII) a primeira casa mãe dos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta em Portugal. Da construção românica resta apenas, nas traseiras da igreja, uma ala incompleta do claustro, um portal e uma janela com decoração vegetalista. Foi reedificado no séc. XIV, segundo o modelo das igrejas fortaleza. A fachada principal de estilo gótico, com ampla rosácea radiada e rematada por uma cruz da Ordem de Malta, possui torre de menagem de traça românica, coroada de ameias. No interior, dividido em três naves, podemos admirar a capela-mor com abóbada de nervuras, a capela de Nossa Senhora do Rosário ou do Ferro e os túmulos de vários cavaleiros e frades, destacando-se a arca tumular de Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem, com estátua jacente da autoria de Diogo Pires, o Moço, bem como a pia baptismal, cuja base é decorada por animais exóticos. No exterior, o Cruzeiro é também da autoria do mesmo mestre coimbrão. Foi neste Mosteiro que o rei D. Fernando casou com D. Leonor de Teles

domingo, 29 de março de 2009

Igreja de Castro de Avelãs (Bragança)


O nome do pequeno povoado de Castro de Avelãs, 3 Km a oeste de Bragança, está intimamente relacionado com o Mosteiro beneditino de São Salvador, referenciado, pelas gentes, como Mosteiro ou Igreja de Castro de Avelãs.
Localizado, na margem esquerda de um pequeno rio, num extenso vale e terra fértil e água abundante foi crescendo sob a protecção de D. Afonso Henriques. As primeiras referências escritas ao monumento datam, pelo menos, de “29 de Julho de 1145”. A data da sua fundação continua pouco clara e o ano de 667 tem aparecido como data hipotética. Da glória do passado apenas resta a cabeceira da Igreja datada da primeira metade do século XIII, um dos poucos vestígios que teimam em resistir à negligência e ao desgaste natural do tempo.
Conserva traça românica onde se cruzam elementos barrocos. A cabeceira apresenta características raras em Portugal: totalmente revestida a tijolo, em estilo românico-mudéjar, rematado por fiadas em ziguezague.

sábado, 28 de março de 2009

Castanheiro de Lagarelhos (Vinhais)



Em pleno Nordeste Transmontano, na Aldeia de Lagarelhos, freguesia de Vilar de Ossos, Vinhais, encontra-se um dos castanheiros com maior perímetro de Portugal.
Está classificado desde o ano 2000 como Árvore de Interesse Público. Tem uma copa com mais de 17 metros de diâmetro e o seu tronco à altura do peito (i.e. a 1,30m de altura), tem um perímetro de 12,80m. Impressionantemente, apesar da idade, continua a produzir bastantes castanhas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Penha Garcia (Idanha-a-Nova)


Considerado por muitos o "presépio" da Beira, Penha Garcia situa-se na encosta da Serra com o mesmo nome, ramificação da Serra da Malcata e na margem direita do rio Pônsul.
Trata-se de uma povoação muito antiga, com povoamento neolítico, foi castro Lusitano e povoação Romana. Depois da Reconquista, D. Afonso III atribui-lhe foral e doa Penha Garcia à Ordem de Santiago para que esta efectuasse a fortificação da zona. Tal não veio a acontecer e D. Dinis retira-se dessa ordem a favor da Ordem do Templo e posteriormente, para a Ordem de Cristo. Foi couto do reino e de homiziados, até ao séc. XVIII e sede de concelho até 6 de Novembro de 1836.
Do castelo, edificado pelos Templários sobre o castro romano, restam fragmentos de muralhas em bom estado de conservação. A partir daqui, desfruta-se de uma vista sobre toda a campina Raiana, barragem e Vale Feitoso, que de certo jamais esquecerá.
As ruas labirínticas compostas por pequenas casas de xisto e de gorrão estão cobertas de flores. O Pelourinho do reinado de D. Sebastião, o canhão que jaz à soleira da porta, a Igreja Matriz que guarda no seu interior uma verdadeira jóia - a imagem de Nossa Senhora do Leite (de 1469) esculpida em calcário de ançã, o esplêndido pão caseiro e os bolos de azeite (bicas), são outros dos atractivos desta bonita freguesia.
As fragas da Serra de Penha Garcia são um verdadeiro oásis para os paleontologistas, geólogos e apaixonados da natureza pois, facilmente encontramos inúmeros fósseis marinhos. A água da barragem de Penha Garcia é de excelente qualidade e é uma das que abastece todo o concelho.

sábado, 21 de março de 2009

Ribeira da Foupana (Alcoutim)


A Ribeira da Foupana, insere-se na unidade de paisagem Rio Guadiana e Ribeiras adjacentes. Nesta linha de água de excepcional valor cénico paisagístico, pode-se observar um vale aberto, com várias curvas que a Ribeira descreveu para continuar o seu curso natural até à foz. Divide o Concelho de Alcoutim do Concelho de Castro Marim e é um dos principais afluentes do Rio Guadiana. Em tempos, as margens da Ribeira foram muito aproveitadas para a edificação de azenhas, uma vez que era necessário transformar os cereais em farinha. Um Algarve desertificado, menos conhecido e muito mais sossegado.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Fortaleza de Juromenha (Alandroal)


D. Dinis elevou Juromenha a vila e tornou-a sede de concelho. As muralhas de taipa do período islâmico foram reforçadas com a construção de 17 torres quadrangulares, possuindo a de menagem de 45 metros de altura. Os casamentos de Afonso IV de Portugal com Beatriz de Castela e de Afonso XI de Castela e Maria de Portugal aqui se realizaram. Parte do castelo foi destruída em 1659 em consequência de uma explosão do paiol. Em 1662, João de Áustria, toma a praça, vitória tornada inútil pelos sucessos das armas portuguesas nas batalhas de Ameixial, 1663, e Montes Claros, 1665. Aos nossos dias chegaram troços das muralhas dos séculos XIII e XVII, ruínas dos Paços do Concelho, da Casa do Governador, e da torre de menagem. Barbacãs medievas, baluartes seiscentistas, fossos, guaritas e canhoneiras continuam a dominar a margem direita do Guadiana, agora muito engrossado pelo enchimento da barragem de Alqueva.
A Câmara de Alandroal vai avançar, em parceria com privados, com uma iniciativa que contempla a recuperação da fortaleza e vai criar infra-estruturas para acolher turistas, num investimento de 20 milhões de euros que abrange a construção de uma pousada, restaurante panorâmico com instalações para acolher congressos, posto de turismo, lojas e 71 habitações de turismo em espaço rural.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Solar de Mateus (Vila Real)


O Palácio de Mateus é uma casa solarenga de grande elegância e uma das maiores expressões da arquitectura civil do Barroco nortenho, possuindo ainda belos jardins e extensas propriedades vinículas circundantes.
Data de 1619 a sua construção original, mas o palácio actual está ligado à pessoa de António José Botelho Mourão, seu proprietário em 1721, sabendo-se por documentação coeva que o renovado palácio foi concluído em 1750 pelo seu filho, D. Luís António Mourão.
Robert Smith atribuiu ao arquitecto italiano Nicolau Nasoni a responsabilidade pelo projecto do Solar de Mateus. De acordo ainda com este historiador de arte, Nasoni terá remodelado um palácio já construído, pois as compridas e planas alas configuram-se de modo diferente face à exuberância do pátio da entrada.
O edifício é constituído por três corpos, sendo o central recuado. A fachada principal apresenta grandes janelas com frontões triangulares simples e outros ondulados e interrompidos por concheado. Num dinâmico jogo barroco, o arquitecto recorre ao contraste entre superfícies côncavas e convexas, com formas ascendentes e descendentes, balaustrada convergente e divergente. As linhas túrgidas horizontais são interrompidas por um coroamento de estátuas de vulto perfeito e pináculos, acentuando as linhas verticais do conjunto. Exuberância e requinte dos pormenores esculpidos, combinando com a artificiosa e engenhosa escadaria dupla, compõem o conjunto nobre da fachada solarenga.
A entrada dá acesso a uma sala central, daí divergindo para os quartos e demais dependências do solar. Os seus interiores, dispostos de modo a proporcionar maior privacidade, apresentam excepcionais tectos forrados por painéis trapezoidais em madeira. De grande qualidade é o mobiliário que decora os vários compartimentos da casa.
Os jardins, delineados com verdejante buxo e pontuados por canteiros florais, estão magnificamente arranjados, proporcionando a série de terraços adjacentes agradável visão sobre os vinhedos em redor.

terça-feira, 17 de março de 2009

Santuário N. Srª do Cabo Espichel (Sesimbra)


Situado num penedo, desde o séc. XV, data da sua construção, o local era rodeado por casas para os romeiros, em volta da Ermida da Memória. Devido à grande afluência de peregrinos foi sofrendo obras de ampliação. O santuário de cunho arquitectónico regional setecentista, forma um monumental conjunto constituído pelo alinhamento de dois corpos de hospedarias, que enquadram a igreja, de aspecto sóbrio. Na decoração do interior é visível a utilização de mármores da Arrábida e madeira do Brasil.

domingo, 15 de março de 2009

Portas de Ródão (Vila Velha de Ródão / Nisa)



As Portas de Ródão, onde o Tejo, o mais importante rio da Península Ibérica, corre entrincheirado, submisso, entre gigantes quartzíticos pré-históricos, servem de habitat para a maior colónia de grifos do país, são um local privilegiado para a investigação de fauna e avifauna, onde podem ser observadas 116 espécies de aves, muitas delas consideradas em vias de extinção e algumas raras, das quais se destacam a cegonha-preta, milhafre real, abutre-preto, águia perdigueira, narceja, bufo-real, ferreirinha-serrana e papa-moscas.
Como se trata de uma zona com baixa densidade populacional, nas portas de Ródão é ainda possível observar animais selvagens, como o javali, o veado, a raposa, o ginete, a lebre, o coelho, o saca-rabos, o gato bravo e as lontras. Quanto aos peixes também são diversas as espécies que predominam, destacando-se o Barbo, a Boga, a Carpa, Lúcio, Achigã, Enguia, Perca, Tença, Lagostim, o Sável e o Bordalo.
O acesso para este monumento natural é feito pela A 23 com saída em Vila Velha de Ródão.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Drave (Arouca)


Drave é uma típica aldeia localizada entre as Serras da Freita e de São Macário, de meia encosta, dominante sobre três pequenos cursos de água (rio de Palhais e ribeiros da Bouça e do Ribeirinho) e preservada patrimonialmente pelo isolamento a que foi votada durante séculos. Cerca de vinte casas, a maioria já arruinada, dispõem-se ao longo de uma vertente da encosta, formando um núcleo de povoamento escalonado, comunicante por apertadas ruas de traçado sinuoso. Numa plataforma artificial, sensivelmente a meio da aldeia, sobressai o único edifício caiado, a capela, que é de modestas proporções, de nave única com capela-mor inscrita e um só registo, sendo a fachada principal dominada pelo portal axial, terminando em empena triangular. Rodeado de altos montes, Drave é um lugar mítico. A visão que do estradão se tem do povoado lá no fundo, é surpreendente.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Palácio da Brejoeira (Monção)


Considerado um dos mais imponentes solares do Norte do país, o palácio da Brejoeira beneficia, ainda, da mata e jardins envolventes, que lhe conferem um estatuto singular no campo da arquitectura civil portuguesa. Edificado no início do século XIX e concluído, ainda que parcialmente em relação ao projecto inicial, apenas 28 anos mais tarde, este imóvel reveste-se de especial importância por representar "o encontro entre dois estilos - o barroco e o neoclássico"
Actualmente, é nos seus terrenos agrícolas que se cultiva a casta nobre "Alvarinho", responsável pela produção de um dos mais importantes vinhos verdes da região.

domingo, 8 de março de 2009

Pedra da Cabeleira N. Srª. (V. N. de Foz Côa)



No Lugar dos Tambores, próximo da aldeia de Chãs, ergue-se uma enorme pedra granítica onde se assiste à celebração do Equinócio - a única altura do ano em que o Sol ilumina a Terra de igual forma no hemisfério Norte e no hemisfério Sul. Uma espécie de calendário solar celebrado em rituais ancestrais, cheios de misticismo e beleza.
O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar.
Este rochoso planalto situa-se sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.