segunda-feira, 26 de abril de 2010

Festa das Cruzes (24 de Abril a 2 de Maio) - Barcelos

É inegável que as Festas das Cruzes são, entre as festas populares minhotas, as mais famosas e mais conhecidas, sendo por isso uma das romarias mais concorridas e típicas do Minho e um dos mais importantes acontecimentos da Vida de Barcelos.

A Sua origem remonta ao início do século XVI, onde no ano de 1504, sob o reinado de D. Manuel I, numa sexta-feira, dia 20 de Dezembro, por volta das 9 horas da manhã, quando o sapateiro João Pires regressava da missa da Ermida do Salvador, ao passar no campo da Feira, observou na terra, uma cruz de cor preta. Como não quis guardar só para si aquilo que considerou ser um sinal sagrado, alertou o povo que depressa veio ao local.
“A cruz apareceu sob a forma de uma nódoa negra que ia crescendo até se formar uma cruz perfeita em que a cor não ficava só à superfície mas penetrava em profundidade na terra – por mais que se cave, sempre se acha.” Este facto que recorda a “Cruz do Senhor Jesus”, fez nascer a devoção ao “Senhor da Cruz”. Primeiramente, surgiu um cruzeiro em pedra, logo em seguida uma ermida, para dois séculos mais tarde ser construído um magnífico templo, que hoje é o epicentro da Festa das Cruzes.





Até ao século XIX, as festas tinham essencialmente um cariz religioso; aí ocorriam centenas de romeiros, não só da região de Barcelos, mas de todo o país e da vizinha Galiza. No Século XX, à essência religiosa foram-se adicionando elementos de características profanas, bem visíveis no aspecto lúdico: carroceis, barracas de diversão, corridas de Cavalos, espectáculos de circo, fogo de artificio, cortejos etnográficos, torneios e concursos, entre muitos outros acontecimentos de natureza Popular. Tal como no passado, as Festas das Cruzes mantêm grande importância a nível económico, cultural e social, e por isso continua a despertar o interesse e a curiosidade de muitos visitantes, especialmente de espanhóis.
A integração das comemorações do 25 de Abril é uma das grandes novidades do programa deste ano pois nunca antes a Revolução dos Cravos foi assinalada de forma oficial pelo Município. A maior atracção da Festa das Cruzes, os tapetes de pétalas de flores naturais, pode ser vista a partir de sexta-feira, dia 30. A procissão está marcada para segunda-feira, dia 3 de Maio, feriado municipal, em que estão representadas as 89 freguesias do concelho, o maior do país.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Santuário Endovélico Rocha da Mina - Alandroal


                           Foto de Ricardo Soares

Há milhares de anos atrás, em plena idade do ferro, as populações celtas que habitavam a região da Lusitânia prestavam culto a um misterioso deus pagão: o Endovelicus. Este era o deus de Viriato e dos seus companheiros. O culto a esta divindade prolongou-se pelo período romano.
Terá surgido no século II ou I a.c., no local hoje designado de "Rocha da Mina", junto à Ribeira de Lucifécit, um santuário rupestre implantado num esporão rochoso com vertentes abruptas de 12 metros e de área habitável extremamente reduzida. Os quatro degraus talhados na rocha terão sido o primitivo altar utilizado pelos celtas para a prática do culto ao seu deus, associado à luz, à fertilidade e à carne.

domingo, 11 de abril de 2010

Cabanais de Caçarelhos - Vimioso


Foto de Nair Moreno



Os Cabanais, feitos de granito, são um local de encontro e convívio das gentes da aldeia. Tornaram-se património cultural da aldeia pelo facto de ser uma construção que quase já não existe em todo o país. Os velhos cabanais onde os padeiros, doceiros e produtores de fumeiro tradicional se juntavam para vender as iguarias regionais e serviam para resguardar os comerciantes e almocreves. Além das trocas comerciais, eram servidas refeições. No dia 19 de cada mês efectua-se aqui a feira, e hoje, com a evolução dos tempos, são poucos os feirantes que mantêm esta tradição viva. Contudo, é de salientar o reviver desta movimentação com a realização anual da Feira do Pão no Domingo de Ramos, onde se tenta recordar e preservar os velhos costumes e tradição do uso deste espaço. Destaque ainda para a igreja e o cruzeiro setecentista.

sábado, 3 de abril de 2010

Semana Santa ( 28 de Março a 4 de Abril) - Sardoal



Pela altura da Páscoa, todas as Igrejas e Capelas do Sardoal estão enfeitadas com artísticos arranjos florais, feitos com verduras e pétalas de flores e, sobretudo, com a alma e a fé das gentes. Tradição popular que se julga ser única no país, remonta a tempos muito antigos, sabendo-se que já existia no século XIX, altura em que atingiu momentos de grande esplendor, factos confirmados pela leitura dos jornais da época.
As tarefas de decoração das Capelas têm lugar na noite de Quarta-feira e prolongam-se pela noite fora, envolvendo cristãos e não-cristãos, agnósticos, não-praticantes, jovens e gente de todas as idades que elaboram centenas de tapeçarias perfumadas.

Destaca-se ainda a Procissão dos Fogaréus, efectuada na Quinta-feira Santa, à luz de velas e archotes. A iluminação pública é desligada e pequenas lanternas iluminam as janelas e as varandas ao longo do percurso que a procissão percorre, num ambiente místico.