http://www.flickr.com/photos/magnacasta/sets/72157615652405408/show/
Da mais pura e nobre terra, nascem os vinhos que seduziram os deuses e deslumbraram os homens: os vinhos da CASA DE SANTAR.
Santar é uma das mais nobres freguesias das medievais da região de Viseu que conserva as casas de granito e os vetustos caminhos romanos. Trata-se de um importante centro vinhateiro da região do Dão.
A Casa de Santar, Solar do século XVII e XVIII, possui um vasto património arquitectónico baseado no estilo maneirista, barroco e neoclássico. Os seus jardins, considerados como dos mais belos da Beira Alta, apresentam-se sobre uma sequência de buxos que termina num lago do século XVIII. Centraliza as atenções, o chafariz com a data de 1790, denominado "Fonte dos Cavalos", onde estão portados os quatro cavaleiros trajados ao rigor do século XVII. Cada um destes cavaleiros representa cada uma das famílias, cujos nomes vingam o esplendor da Casa. Em frente à Casa, o "Chafariz da Carranca" impõe-se como Brasão de Armas da Casa. As imponentes adegas integram-se admiravelmente no conjunto arquitectónico da propriedade. Estas construídas em granito, com os seus frescos de azulejos históricos, abrigam, num ambiente do passado, as mais modernas e avançadas tecnologias.
Na varanda da sala de provas, sempre que o tempo o permita, provam-se os vinhos da casa de diferentes épocas, com especial destaque para o Vinho Tinto Casa de Santar, em companhia dos veados que se passeiam pacatamente pelo parque. Na continuação da adega, em harmonia uniformidade paisagística, seguem-se as afamadas vinhas da propriedade entre pinhais e soutos verdejantes.
Este blog serve para identificar lugares recônditos do país, tradições, sítios com história, ou simplesmente lugares naturais de uma beleza deslumbrante. Urge preservar esses espaços para as gerações futuras afim de termos orgulho da nossa essência lusitana.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Aldeia de Pontido (Fafe)
Rodeada por um intenso verde, a Aldeia do Pontido é constituída por cinco casas, distribuídas pelas margens do rio Vizela e reconstruídas com todo o respeito pela traça original e pelos materiais tradicionalmente utilizados nas aldeias rurais do Minho. No interior, a decoração faz-se de uma simbiose perfeita entre os materiais mais rústicos e as peças contemporâneas, o que proporciona um ambiente particularmente acolhedor. Para além das casas, foram também recuperados o moinho e o pisão da aldeia, pelo que poderá conhecer as técnicas ancestrais de aproveitamento da energia da água para a moagem dos cereais e a pisa da lã.
A proximidade à barragem da Queimadela e as várias praias fluviais garantem ainda que não faltará o que fazer aos mais activos, sem esquecer o entorno paisagístico que convida a caminhadas em intensa comunhão com a natureza.
Mas se a preguiça for o objectivo desta visita, pode mesmo contar com o "nada fazer" já que a aldeia integra também um restaurante onde são preparados os irresistíveis sabores minhotos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Quinta da Aveleda (Penafiel)
Entrar na Quinta da Aveleda é muito mais do que entrar no fascinante mundo dos vinhos. É embocar numa história com mais de quatro séculos de vida, é conhecer os projectos de várias gerações de uma mesma família, é entender a terra e a natureza. É surpreendente em vários aspectos. Pelo exotismo da flora, pelo peculiar conjunto arquitectónico, pelos cuidadosos detalhes que enriquecem o percurso, pela história da família Guedes, proprietária, desde há vários séculos, da mundialmente conhecida marca de vinhos verdes.
Remontam a 1671 as primeiras construções na Quinta da Aveleda, nomeadamente a capela, anexa à casa principal. Foi igualmente no século XVII que os Guedes se tornam senhores da propriedade. Mas foi no séc. XIX, com Manoel Pedro Guedes – antigo deputado, visionário, romântico, exilado voluntariamente em Penafiel – que o espaço ganhou consideráveis dimensões.
A Quinta propõe aos visitantes um percurso pelas ruas e alamedas da propriedade, sinalizado num mapa distribuído na recepção. Logo no início do percurso, surge a Casa do Guarda de Cima, junto a uma das entradas de serviço, uma construção semelhante à tentação de chocolate do conto infantil de Hansel e Gretel. É uma das várias follies, devaneios arquitectónicos sem funcionalidade específica, espalhadas pela propriedade. Poucos passos à frente, no Lago dos Cisnes, outro ex-líbris da propriedade: a Janela Manuelina, resgatada da casa onde nasceu o Infante D. Henrique e donde se diz ter sido aclamado rei D. João IV. E, noutra pequena ilha, a Casinha de Chá, de estilo vitoriano, onde as crianças se divertem a recriar histórias dos livros de aventuras. Cobras, sapos, tartarugas e águias de louça, presos no tecto, compõem o cenário. Não só de vinhos verdes é feita a fama da Aveleda. No edifício da Adega Velha, repousam as barricas de carvalho francês, onde se guarda a aguardente com o mesmo nome.
Penafiel vai converter-se, durante quatro dias, na localidade de Saramago por excelência. Não tropeçar em referências ao único Nobel da Literatura de língua portuguesa vai ser uma tarefa condenada ao insucesso, tão evidentes são as marcas da sua obra espalhadas por Penafiel.
O objectivo do festival, Escritaria 2009, iniciativa destinada a explorar a memória dos escritores nacionais mais relevantes, ainda entre nós, passa por "contaminar a cidade com aforismos, frases soltas, referências históricas, cosmogonias literárias, imagens e obras plásticas que remetam para o peculiar universo de José Saramago".
Do ambicioso programa do Escritaria fazem parte não apenas os habituais colóquios, em que participam figuras como o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, o arquitecto espanhol José Joaquín Parra e os escritores Laura Restrepo e Miguel Real, ou o lançamento mundial do novo romance do autor, "Caim", mas também iniciativas que visam aproximar a comunidade local do autor. Os exemplos deste esforço de dessacralização são tão abundantes que o palco mais frequente das iniciativas não é nenhum auditório, mas sim as ruas e praças penafidelenses. Além de frases do autor pintadas na estrada e de cartazes em forma de 'post-it' contendo frases emblemáticas da sua obra, o Escritaria vai apresentar insólitos "bancos que narram", em que, graças a dispositivos sonoros, vulgares assentos vão reproduzir gravações de excertos saramaguianos.
Entre 15 e 18 de Outubro.
Para ouvir:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1391490
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Museu Luso-Hebraico (Tomar)
Foto de Carlos Silva
Julga-se ter sido construído entre 1430-1460 por ordem do Infante D. Henrique, constituido o melhor e o mais antigo exemplar arquitectónico da cultura judaica que possuimos no nosso território. Possui uma planta regular, centrada em quatro colunas de pedra que simbolizam as matriarcas Sara, Rebeca, Lia e Raquel. A ausência de decoração contrasta fortemente com os monumentos cristãos, sendo as suas paredes apenas ornamentadas com algumas das peças do núcleo museológico e o tecto abobado sem qualquer tipo de ornamentação. Um dos aspectos curiosos deste espaço é a sua instalação sonora: quantro ânforas, uma em cada canto superior da sala, asseguram uma acústica muito eficaz.
Com a expulsão dos Judeus de Portugal em 1496, a sinagoga foi fechada e foi utilizado como armazém, estábulo e residência, até que foi adquirida em 1920 pelo Dr. Samuel Schwarz, que a doou ao Estado, na condição de que fosse aí instalado o Museu Luso-Hebraico. No início do século XIX, é reconhecido como Monumento Nacional.
Morada: Rua Dr Joaquim Jacinto, 73 (antiga Rua da Judiciária)
Horário: Outubro / Junho: 10h00 - 13h00 / 14h00 - 18h00 (todos os dias)
Julho / Setembro: 10h00 - 13h00 / 14h00 - 19h00 (todos os dias)
Fechado: 25 Dezembro, 1 Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 Maio
Entrada gratuita
domingo, 4 de outubro de 2009
4º Festival Islâmico Al Mossassa (Marvão)
De 2 a 5 de Outubro
O Festival Islâmico “Al Mossassa” pretende recordar a época da fundação de Marvão e a autarquia celebra esse fato histórico em paralelo com a cidade espanhola de Badajoz, com quem partilha o mesmo progenitor, “Ibn-Marúan”.
Não é, certamente, o único evento de atmosfera medieval a ter lugar no calendário festivo do nosso país, mas é, absolutamente, um dos mais coloridos, animados e deslumbrantes, constituindo uma oportunidade preciosa de experienciar a História e a cultura em todo o seu esplendor. Entre numa verdadeira máquina do tempo que nos transporta para o séc. IX e nos revela um mundo de encantar.
Ao longo do festival estão a decorrer diversas iniciativas de época, colóquios e workshops, animação de rua, dança oriental, teatro e actuações musicais, além do mercado das três culturas, onde podem ser encontrados diversos artigos islâmicos. Neste espaço, com perto de 100 pontos de venda, vive-se um ambiente de mercado, tendo os visitantes a oportunidade de poder encontrar um vasto leque de produtos e objetos relacionados com o Islão e a sua cultura. Com trabalhos em osso, incensos, túnicas, véus, cintos para dança do ventre, sabonetes e perfumes, louças e tapetes orientais, artesanato egípcio, de Marrocos, do Himalaia e da Tunísia, o “Mercado das 3 Culturas” constitui um dos principais marcos do festival.
Durante o “Al Mossassa”, os visitantes podem ainda observar artesãos trabalhando ao vivo, como o ferreiro e o escultor de areia. A escrita árabe, a leitura da sina nas mãos, as massagens orientais, o stand de chás e ervas medicinais, os fósseis, as antiguidades e as réplicas de armas são outros pontos de interesse. No “Al Mossassa”, os visitantes podem ainda visitar uma tenda gigante para tomar o verdadeiro chá árabe e saborear várias iguarias, como os kebabs, crepes, pão,tâmaras, fogaças e porco assado no espeto.
A animação junto ao Castelo de Marvão também não foi esquecida pela organização, que contratou malabaristas, encantadores de serpentes, bailarinas de danças orientais, manipuladores de fogo e andarilhos.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Dornes (Ferreira do Zêzere)
A torre templária é sem dúvida alguma o cartão de visita desta terra e surpreende pela invulgaridade da forma. As suas cinco faces tornam-na um exemplar raríssimo da arquitectura militar dos tempos da Reconquista. Edificada por Gualdim Pais para defesa da linha do Tejo, foi construída sobre a base de antiga torre romana, garante da segurança para a exploração do ouro que aquele povo fazia no Zêzere. No interior da torre encontram-se, intactas, várias estelas funerárias templárias, lembrando eras em que estes cavaleiros defendiam o território das investidas muçulmanas e procuravam sepulcro junto das casas de Deus. Com tempos mais pacíficos e perdida a função guerreira, a torre ficou sineira no século XVI, função que ainda hoje conserva.
O vilarejo de Dornes foi Comenda da Ordem de Cristo mas hoje é essencialmente um dos mais belos quadros da riquíssima paisagem portuguesa, pois forma uma península banhada pela Albufeira de Castelo do Bode. A fundação da aldeia remonta ao século XII e está ligada ao aparecimento de uma imagem milagrosa de Nossa Senhora do Pranto.
Soberbamente enquadrada pela moldura paisagística que o rio e o pinhal lhe oferecem -com as ruas calcetadas de seixos e de traçado medieval, a desembocar no rio e na igreja - pelas casas de traçado antigo, onde se descobrem testemunhos da poderosa Ordem de Cristo.
Pelo seu carácter rural, a freguesia baseia as suas danças e cantares em grande parte na vida do campo, sendo ainda possível encontrar pessoas a cantar numa descamisada, ou em alguma festa, umas belas cantigas à desgarrada de cariz popular.
Destacam-se na gastronomia local os pratos confeccionados a partir dos peixes do rio, como seja o Ensopado de Peixe. De entre as espécies aqui mais encontradas, destacam-se a carpa, a boga, o barbo e o achegan.
Dornes fica a 140 Km de Lisboa e a 165 do Porto.
N. B. - Este destino é dedicado a pessoas fartas das obrigações do dia-a-dia, das rotinas, das desilusões da vida, de um certo desencanto, e que hoje fazem anos...
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