quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mosteiro Santa Clara-a-Velha (Coimbra)




Na margem esquerda do Mondego em frente à cidade de Coimbra, mandou D. Isabel de Aragão, em 1314, erguer o mosteiro de Santa Clara, no local do primitivo núcleo de monjas clarissas fundado em 1283 por D. Mor Dias.

Dada a proximidade do rio Mondego, a história deste espaço foi desde logo moldada pela invasão das águas. A primeira inundação ocorreu no ano seguinte ao da sagração, e a partir daí as repetidas cheias do rio provocaram o progressivo assoreamento do mosteiro, e determinaram algumas transformações no edifício. No século XVI, o claustro estava já permanentemente alagado de Inverno e de Verão.
Em 1677 dá-se a inevitável transferência da comunidade para o mosteiro de Santa Clara-a-Nova, construído mais acima, no Monte da Esperança, razão porque passou este a ser conhecido por Santa Clara-a-Velha. Este abandono e a imersão nos sedimentos e águas, ao causar o desmoronamento e ruína da estrutura claustral, permitiu também que a parte inferior se mantivesse inalterada durante os séculos seguintes, sem intervenções e acrescentos estilísticos posteriores.
Entre 1995 e 1999 procedeu-se a uma vasta campanha arqueológica, rebaixando-se o nível freático, através do bombeamento permanente das águas, para permitir uma escavação mais próxima do ambiente "seco", e que levou à desobstrução da igreja e do claustro até à cota do pavimento, pondo a descoberto as estruturas arquitectónicas até então enterradas e submersas, contribuindo com novos dados para a história da arte e da arquitectura portuguesas.

No fim de Abril deste ano, o Mosteiro reabriu ao público após um encerramento de 12 anos para a realização de obras de recuperação que custaram 25 milhões de euros, incluindo o isolamento da área das águas subterrâneas provenientes do Mondego, através de um complexo projecto de engenharia.
Os visitantes podem usufruir de um centro interpretativo, de áudio-guias e de diversos dispositivos multimédia para melhor conhecer a história do edifício e do processo de reabilitação. Concebido para o público e investigadores, o centro interpretativo consiste num edifício de mil metros quadrados, com funções museológicas, dotado de um auditório, salas de exposições, uma loja e uma cafetaria voltada para o monumento, num espaço onde o elemento água está sempre presente.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quinta da Bacalhôa ( V. F. Azeitão)



A denominação tradicional desta quinta, situada em Azeitão, deve-se possivelmente à alcunha de "Bacalhau" que tinha D. Jerónimo Manuel, Capitão-Mor das naves da carreira da Índia, marido de D. Maria de Mendonça e Albuquerque, herdeira da Quinta da Bacalhoa, que foi pertença de Afonso de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia com o mesmo nome.
Foi, ainda, por mais de 500 anos, a Quinta e o Palácio da Bacalhôa um nobre domínio: primeiro na posse dos infantes da Dinastia de Aviz e posteriormente na de Afonso Brás de Albuquerque, ou Afonso de Albuquerque, filho. Porém, após a morte deste notável fidalgo, o domínio sofreu um percurso acidentado e por vezes degradante.

O Palácio e a Quinta da Bacalhôa formam só por si um monumento artístico da mais alta significação em Portugal. Foi o inicio de uma grande revolução artística chamada a Renascença. Impunham-se regras de simetria e ordem, subordinava-se o traçado do edifício a um todo homogéneo, formando como o homem, um ser único e simétrico nas suas partes. A Bacalhôa será talvez a edificação, em que se estreou em Portugal o estilo arquitectónico da Renascença, uma estreia de transição mas que também não obedece a um estilo puro.

Os seus vinhos, o Quinta da Bacalhôa e o Palácio da Bacalhôa, são dos mais famosos de Portugal. Relatos hoje históricos falavam sempre de vinhas na Quinta.
As condições edafoclimáticas da Quinta, a sua exposição suave a Norte e os seus solos, permitem uma maturação longa e completa das duas castas. Estas condições especiais marcam e personalizam o vinho aí produzido. A primeira colheita é o 1979 e logo foi considerado um dos melhores vinhos de Portugal. Desde então todos os anos é lançado um novo Quinta da Bacalhôa. Em 2000 é lançado pela primeira vez uma nova marca da Quinta, o Palácio da Bacalhôa, um “1º vinho” da propriedade que será produzido só nas melhores colheitas.

Os seus jardins e o engenhoso sistema hidráulico que os alimentavam são dos mais notáveis de Portugal. No plano estético representam um compromisso entre o gosto renascentista e a tradição portuguesa

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Viagem Medieval Stª. Maria da Feira

30 de Julho a 9 Agosto de 2009






A 13ª edição da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, iniciativa da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em parceria com a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho, vai decorrer de 30 de Julho a 9 de Agosto de 2009, revivendo-se os primeiros anos do reinado de D. Afonso IV, o Justiceiro e depois o Bravo, que se destacou pelas reformas legislativas e judiciais que implementou e que duraram largos séculos.
Esta viagem ao passado permite que Santa Maria da Feira reviva, durante dez longos dias, grandes momentos de lazer, preenchidas pelo bulício dos mercadores, dos artesãos e das regateiras da feira, pelo labor dos artífices, pela arrogância dos cavaleiros que mostram a sua audácia em intensos combates, disputados em justas e torneiros, pela alegoria de personagens que vagueiam, pelo espírito de alegria que invade todo o burgo com sons e fantasias musicais que deslumbram e encantam todos aqueles que nela participam e visitam.
Com características únicas no país, este projecto diferencia-se pelo rigor histórico, dimensão (espacial e temporal) e envolvimento da população e associativismo local, reforçando uma vasta equipa de mais de mil pessoas de diversas áreas, das quais 250 em regime de voluntariado.
Centrada na recriação de episódios e acontecimentos que marcaram a história local e nacional da Idade Média, a VM começou por realizar-se no Castelo, mas rapidamente, se expandiu para todo o centro histórico e zona envolvente, ocupando actualmente uma área de 40 hectares. Recentemente, a VM foi distinguida com uma menção honrosa na terceira edição dos Prémios Turismo de Portugal, na categoria de "Animação".

Alojamento:
Hotel Feira Pedra Bela
Hotel Íbis – Europarque
Hotel Nova Cruz
Residencial dos Lóios

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Reserva Botânica de Loendros (Cambarinho - Vouzela)



A Reserva Botânica de Cambarinho fica situada na povoação de Cambarinho, freguesia de Campia, concelho de Vouzela, distrito de Viseu, na vertente norte da Serra do Caramulo.
O Rhododentron Ponticumm, vulgo loendro, é um arbusto de crescimento espontâneo na Península Ibérica. Apresenta as folhas alongadas e flores vermelho violáceas de rara beleza. Prefere as zonas húmidas onde emoldura ribeiros e regatos nos meses de Maio e Junho obrigando os olhos dos visitantes a maravilharem-se num magnífico espectáculo de cor pela sua floração. Esta espécie encontrou na Serra do Caramulo e nos afluentes do Rio Alfusqueiro características climáticas e um solo propícios ao seu desenvolvimento.

Devido ao seu valor científico, educativo, turístico e paisagístico, os Loendros foram a 15 de Fevereiro de 1938 classificados com espécie de interesse público, através do Decreto Lei n.º 28468. No entanto, visto esta classificação não garantir a sua protecção foi posteriormente toda a área elevada à categoria de Reserva Botânica Integral, através do Decreto Lei n.º 364/71 de 25 de Agosto.
Recentemente viu a sua importância reconhecida já que faz parte da Lista Nacional de Sítios da Rede Natura 2000 (2.ª fase).

Sendo uma planta venenosa foi perseguida, através dos tempos, como planta indesejável nas matas e nos campos de cultivo por parte dos proprietários do gado, pois por vezes o gado ingere as folhas, originando graves perturbações nos animais e que podem levar à morte. Devido à sua rara beleza, o seu corte serve para enfeitar as ruas, edifícios e andores na altura das procissões religiosas. Servem também para a construção das “sebes” dos carros de vacas, dada a maleabilidade das suas varas para o trabalho de encanastrar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Paço Real de Caxias (Oeiras)



O Paço Real de Caxias tem a sua origem no século XVIII, quando o Infante D. Francisco, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuborg iniciou a construção. Com a sua morte, acaba por ser o Infante D. Pedro V a tomar posse da Casa do Infantado, a que pertencia a Quinta e a terminar as obras.
Entre 1826 (data da morte D. João VI) e 1833 o paço esteve abandonado, até que D. Miguel de Bragança o ocupa durante alguns meses. Anos mais tarde serve de residência de Verão da Imperatriz e Duquesa de Bragança. Em 1985 é celebrado protocolo entre o Estado-Maior do Exército e a Câmara Municipal de Oeiras que procedeu à recuperação, manutenção e reutilização do jardim e cascata.
Situado à beira mar, este pequeno “Jardim Le Nôtre” é bem um exemplo da sofisticada vida social do século XVIII. O principal elemento do jardim é a cascata, de várias galerias comunicantes e dispostas em trono, corada por pavilhão octogonal, tendo em plano médio o tanque de onde parte da água caía no lago e onde se salienta o conjunto escultórico de Machado de Castro. As estátuas representam uma cena mitológica, segundo a qual a Deusa Diana vinha tomar banho junto da gruta onde o seu amado pastor Endimião dormia um sono eterno. Das estátuas partiam vários jogos de água, emprestando ainda mais movimento aos figurantes deste gigantesco palco wagneriano.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Queda do Vigário (Alte - Loulé)



A Queda do Vigário é uma queda de água da ribeira de Alte, que nasce na Quinta do Freixo, junta-se com a ribeira de Algibre perto de Paderne, formando a ribeira de Quarteira. Despenha-se a pique a 24 metros de altura caindo num grande lago que se assemelha a um alguidar, num local de grande beleza natural

Esta obra terá sido feita a mandado de Duarte de Melo Ribadeneyra, 18º Senhor de Alte, nos finais do século XVII, com o objectivo de embelezar a ribeira. No entanto, supõe-se que já existisse uma queda de água mais pequena, permanente ou temporária, nesse local. Há registos, nos arquivos da Casa d’ Alte que referem que a Queda do Vigário ficou tão bem construída, que nem foi afectada com o terramoto de 1755. Outrora, este espaço era muito procurado pelos habitantes locais para passear e tomar banho, aos domingos ou em dias de festa.

O terreno envolvente à Queda do Vigário foi adquirido, a particulares, pela Câmara Municipal de Loulé em 2002, que executou, posteriormente, obras com vista à criação de acesso, zona de lazer, parque de merendas e um edifício de apoio.
O espaço sofreu remodelações recentes, tornando-o ainda mais aprazível e propicio a momentos de lazer.

O acesso a este bonito espaço faz-se, após o estacionamento, junto ao cemitério de Alte, numa descida de cerca de 300 metros.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cheleiros (Mafra)



A freguesia é atravessada pela Ribeira de Cheleiros que é responsável pela drenagem das terras, e, em grande parte, pela respectiva fertilidade agrícola.
Toda a freguesia se estende ao longo de vales, nos quais abundam os arvoredos, principalmente os pomares e os vinhedos, que tradicionalmente constituíam a principal fonte de recursos da população. Actualmente, e de acordo com dados fornecidos pela Junta de Freguesia, estima-se que pouco mais de 50 pessoas se dediquem ainda à actividade agrícola, da qual uma grande parte é agricultura de subsistência e apenas uma pequena parte fornece os mercados da Grande Lisboa.

Restaurada pontualmente ao longo dos séculos (e mais recentemente na década de 80 do século XX), a Ponte Velha de Cheleiros - como também é conhecida - permanece como principal referência monumental e identitária desta vila. Sabe-se muito pouco acerca da ponte antiga de Cheleiros. A maioria dos autores aponta para uma origem romana, servindo a estrada que, "de Galamares, Faião e Cheleiros conduzia a Mafra". A robustez da construção, a solidez que, ainda hoje, transmite e, sobretudo, o facto de o seu arco ser de volta perfeita, amplo, e constituído por grandes silhares cuidadosamente aparelhados, são indicadores que sugerem esse passado romano, condição reforçada ainda pela ampla romanização (de carácter eminentemente rural) do actual concelho de Mafra. Existem, todavia, outros indícios que favorecem uma catalogação estilística gótica.

Do ponto de vista do património cultural, merecem ainda destaque o cruzeiro instalado na zona do Arrebalde, o chafariz centenário, o relógio de sol de mostrador quadrado situado na Igreja Matriz, o pelourinho, e a capela do Espírito Santo.
A Igreja Matriz, considerada monumento nacional, é um bom exemplo das influências manuelinas na arquitectura rural.
O vinho abafado do Carvalhal tem fama, tal como a aldeia de Broas, reminiscência de um passado retintamente saloio. Foi Vila e Concelho, com foral de 15 de Fevereiro de 1195, confirmado por D. Dinis, e novo por D. Manuel, de 1516.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Alcofra (Vouzela)



Situada na vertente norte da Serra do Caramulo, Alcofra é uma terra deslumbrante, em parte graças aos rododendros, espécie botânica de grande beleza, que entre Maio e Junho, lhe dão um magnífico colorido. O rio Alcofra sulca as suas terras, tornando-as férteis para a prática da agricultura, sendo a agro-pecuária a actividade base para a economia local.

O povoamento de Alcofra é muito remoto, não só anterior às primeiras informações documentadas, dos séculos XII e XIII, mas de épocas pré-romanas, visto que nas imediações e nas altas montanhas que circundam as várias povoações da freguesia, não faltavam fortificações castrejas. O próprio topónimo, Alcofra, indica presença árabe na região; existem duas versões para o seu significado: a primeira será “all” que significa “os”, seguido do substantivo “cafres” que significa “infiéis”, referindo-se provavelmente aos árabes que aqui passaram e que terão chamado aos habitantes da zona, infiéis, por estes serem cristãos e não aderirem ao maometismo; a segunda versão é talvez a mais lógica, pois a palavra “alcofra” existe no vocabulário árabe, e significa “algo côncavo, como uma cesta ou uma bacia” e Alcofra tem estas características, pois tem a forma de uma bacia, cercada de montes por todo o lado.

Situada em Cabo de Vila, Alcofra, é, das três torres, a que se encontra em melhor estado de conservação, o que se deve em parte à intervenção recente de que foi alvo pela Câmara Municipal de Vouzela e pelo facto de ser a construção mais tardia. A sua construção deve datar entre os séculos XIV e XV. Este tipo de construção erguia-se em locais férteis, ricos em água, em zonas de aluvião, geralmente de fácil acesso. A Torre Medieval de Alcofra insere-se nesse quadro. Implantada num vale, a torre goza de uma vista privilegiada sobre os campos de cultivo.
O acesso ao interior da Torre fazia-se por uma escada movível que alcançava a porta, situada na face sul, no primeiro andar. A preocupação defensiva, inerente a tal dificuldade, é sublinhado pelo facto de no rés do chão apenas existirem umas frestas verticais muito estreitas para arejamento do interior.
Segundo a lenda, esta torre possui um túnel que vai até ao Monte Gralheiro e que terá acoitado os soldados cristãos em luta contra os mouros.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Praia Fluvial Quinta do Barco (Sever do Vouga)


Em 2006, foi atribuído a praia fluvial Quinta do Barco o galardão de acessibilidade. Um selo de qualidade da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-Centro). No sentido de assegurar as condições necessárias para ser reconhecida como praia acessível, a Câmara Municipal procedeu a algumas intervenções de forma a facilitar a sua utilização por todos os utentes, incluindo os com mobilidade condicionada, seja ela permanente ou temporária.
Situada na margem esquerda do rio Vouga, na Paradela do Vouga, esta praia fluvial fica inserida num cenário natural verdejante. Oferece bons serviços de apoio, incluindo um restaurante de gastronomia regional, bar e esplanada, para além de uma loja de venda de artesanato. Dispõe ainda de parque infantil, zona de merendas e balneários.
A praia artificial da Quinta do Barco é um lugar magnífico para os lazeres e os desportos radicais. Aqui pode contornar o Vouga em canoa para admirar a ponte do Poço Santiago.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pego do Inferno (Tavira)



A aproximadamente 7km de Tavira, na freguesia de Stº Estêvão, encontra-se o Pego do Inferno, em pleno barrocal algarvio.

Com o objectivo de dar a conhecer uma das zonas mais aprazíveis do concelho de Tavira, a autarquia requalificou parte da envolvente natural que enquadra a Ribeira da Asseca e respectivas quedas de água das quais se destaca o Pego do Inferno.

Durante o percurso, é possível observar-se a Ribeira da Asseca, considerada um dos cursos de água mais importantes do concelho. Outrora, local de azenhas e moinhos de trigo.

Nas margens ribeirinhas, por vezes, é possível apreciar algumas espécies faunísticas que dependem directamente de água, tal como o cágado (Mauremys leprosa) e o sapo-comum (Bufo bufo). Podem, ainda, ser vistas diversas espécies animais, tal como a lebre (Lepus capensis), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), e a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus).

Apesar da beleza de todo o percurso, o ponto alto da visita é a chegada ao miradouro do Pego, onde se pode admirar a queda de água. Este local utilizado muitas vezes como zona de banhos, não está, no entanto, designado como praia fluvial.

O acesso ao Pego do Inferno, após o estacionamento no parque, onde existe um pequeníssimo bar de apoio, faz-se durante cerca de 100 metros até se aceder a uma escadaria de madeira, começando aí o percurso propriamente dito, levando a descida até ao Pego cerca de 300 a 400 metros.
Existem algumas lendas associadas a este lugar. A mais popular e a que dá o nome de Pego de Inferno ao local é a da carroça que se despenhou no pego. Os corpos e a carroça nunca foram encontrados o que levou à crença que o pego não teria fundo e quem ali caísse iria dar directamente ao Inferno. Porém existe quem afirma que os corpos e alguns destroços da carroça foram encontrados alguns dias depois no mar o que faz com que muitos acreditem ainda na existência de túneis subterrâneos entre o pego e os Rios Gilão e Guadiana. Mas, segundo os especialistas e após alguns estudos e medições, o Pego não terá mais de sete metros de profundidade.

Acessos: o melhor é sair da Via do Infante (A22) em direcção a Tavira e logo na primeira rotunda virar para Santa Catarina. Umas centenas de metros depois surge uma pequena placa a indicar que o Pego fica para a direita. Mais uns metros e surge outra indicando para a esquerda.

domingo, 21 de junho de 2009

Moinhos de Alburrica (Barreiro)


Elevado a cidade a 28 de Junho de 1984, o Barreiro é cúmplice do Tejo e ninguém retratou o facto melhor do que o pintor Silva Porto.
Aqui se instalaram muitos moinhos de vento e de marés, para aproveitar a generosa energia dos elementos. Alguns destes moinhos ainda fazem parte do património do concelho. É o caso dos três moinhos de vento de Alburrica, edificados em 1852.
O maior ou Gigante, o central ou Poente e o último, o Nascente. Os Moinhos Nascente e Poente de tipologia comum, possuem torre cilíndrica de dois pisos, cobertura móvel e duas mós. São desactivados em 1950 e adquiridos pela Câmara Municipal em 1973. O Moinho Poente ostenta um registo votivo em azulejo dedicado a Nª Sª do Rosário.
O Moinho Gigante de tipologia holandesa foi desactivado em 1919 sendo habitado por pescadores até 1998 quando passa a Património Municipal.

Como outrora, o Barreiro mantém uma aprazível ligação às águas vastas e sossegadas do rio, fazendo parte do conjunto composto por terras de Lisboa e da "outra banda", desde há séculos indissociável numa composição magnífica entre as maravilhas da natureza e o labor dos homens.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Monção





Monção situa-se entre dois fenómenos geográficos distintos, o extenso e fértil vale do rio Minho e as escarpadas montanhas, sendo no sentido transversal, cortado por uma série de rios, ribeiros, riachos, que fertilizam a sua terra e permitem a ocupação a meia encosta. Ora, se os vales são propícios para a prática de agricultura também os terrenos de alta montanha são os ideais para a prática da pastorícia, não sendo então raros os vestígios de ocupação um pouco por todo o lado.
Deu-la-Deu Martins é um afigura lendária da história local, à qual está atribuído o feito de ter ludibriado os castelhanos numa altura em que estes impunham um cerco à vila, durante as guerras fernandinas. Para tal ter-lhes-ia lançado pães feitos com a farinha (pouca) que restava em Monção, gritando-lhes a frase “Deus lo deu, Deus lo há
dado".

Também a Festa do Corpo de Deus (festas municipais) motivam um grande interesse em todo o concelho. Tal como na Idade Média, seguem em cortejo o Boi Bento, de cornos envernizados e enfeitados de flores e fitas, o Carro das Ervas, engalanado de verdura e cheio de anjinhos, S. Jorge, fulgurante cavaleiro medieval e, a Coca, monstro que simboliza o mal. Depois da procissão, S. Jorge defronta a Coca num renhido torneio, cujas peripécias entusiasmam a multidão.
Das muralhas medievais de Monção, construídas no tempo de D. Dinis (1305 a 1308), resta apenas um trecho junto ao passeio dos Néris.As actuais muralhas resultam de uma modificação ocorrida no começo do século XVIII. São consideradas Monumento Nacional pelo decreto de 16-06-1910, tendo sido rompidas em três lados: para assento da via-férrea, para a abertura da estrada das Caldas e para a construção da estrada em direcção a Melgaço.
Na vila é de destacar a Igreja Matriz, uma igreja fundada no reinado de D. Dinis no século XIII. Com influências da arquitectura religiosa gótica, manuelina, maneirista e barroca, o seu pórtico – de estilo românico – é digno de ser admirado. No seu interior, a Capela de S. Sebastião – notável pelo seu estilo gótico – possui o jazigo de Vasco Marinho, seu fundador, secretário e confessor do papa Leão X.

O concelho de Monção oferece um vasto cardápio de paladar caseiro e gostoso que compreende, entre outros manjares, o arroz de lampreia do rio Minho, o sável e o salmão, geralmente servidos grelhados ou em caldeirada, o cabrito assado à moda de Monção, conhecido como a “Foda à Monção” e, na doçaria, as delicias conventuais das “barriguinhas de freira” e os populares papudos e roscas. O Vinho Alvarinho, nascido na Sub-Região de Monção, é personalizado e distingue-se dos demais pelo seu equilíbrio, de cor citrina, paladar leve e fresco, aroma frutado, característico e ímpar, cheio de boca, e de agradável e persistente pós de boca, sendo, pela sua originalidade, um dos melhores vinhos do mundo.

sábado, 13 de junho de 2009

Igreja e Convento Stº António dos Capuchos (Monção)




Ao longo da sua história, o Convento de Santo António (mais tarde denominado Convento dos Capuchos) foi objecto de várias adaptações e reconstruções que explicam não só os aspectos arquitectónicos peculiares, como as invulgares pinturas e inscrições aparentemente anacrónicas. Desde 1746 que se encontram referências documentais ao Convento dos Capuchos dedicado a Santo António, padroeiro dos religiosos Capuchos. O edifício apresenta características próprias do Século XVI, nomeadamente no seu claustro, bastante anterior à própria Igreja dos Capuchos (1769). O claustro, de planta quadrangular, pertenceu a outro Convento, o de São Francisco, fundado em 1563 por Freiras Franciscanas, e abandonado em meados do Século XVIII.
Após quase um século de utilização monástica, o Decreto Régio de 1834 extingue a ordem religiosa os Religiosos de Santo António da Província de Monção.
Desde então o edifício desempenhou várias funções, públicas e privadas, tendo sido utilizado, nomeadamente como escola e tribunal, além, naturalmente de habitação familiar.
A intervenção e adaptação do Convento dos Capuchos em Hotel caracterizou-se por uma pacífica convivência entre o antigo, preexistente, e o moderno, construído de novo, procurando respeitar e dar ênfase ao documento histórico e patrimonial que o Convento dos Capuchos representa.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Pêgo da Rainha (Mação)

Foto de Fernando Flores

É na freguesia de Envendos que se situa uma pequena aldeia chamada Zimbreira com apenas 37 habitantes que faz as delícias dos visitantes. A sua queda de água e a pequena lagoa que se forma leva a que seja um dos espaços mais agradáveis para passear e banhos nas tardes quentes do ano. Naquele vale, onde as rochas de quartzo emolduram o local e os acessos são feitos através de estradas de terra batida pouco apetecíveis, os solavancos são desconfortáveis.
Na parte de cima da cascata, à beira do regato e debaixo da sombra fresca oferecida pelos plátanos, estão mesas compridas em madeira. São dos poucos sinais da presença humana. Para se chegar lá, não existem escadas mas rochas esculpidas pelos pés do homem que vão tomando a forma de acesso. A água brota das rochas e pode-se beber.
Já durante o ano de 2002 foram encontrados nas proximidades deste local algumas pinturas atribuídas ao período neolítico.

Como chegar: O melhor acesso rodoviário vindo de Lisboa, do Porto ou do litoral será pela A23, saindo da autoestrada na saída para Envendos. Chegando a Envendos, junto à Igreja, segue-se a placa que diz Zimbreira.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Palácio da Pena (Sintra)



Sonho concretizado de D.Fernando II, a quem chamaram Rei-Artista, homem de visão plurifacetada, amador e coleccionador das artes e admirador da história e cultura portuguesas, o Palácio Nacional da Pena é a expressão arquitectónica dos ideais românticos, numa clara homenagem a um património de diferentes épocas, um espaço multifacetado, que se tornou, e também através das suas colecções, um repositório de épocas, estilos e gostos.
Edificado a cerca de 500 metros de altitude, remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885), adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete. Para dirigir as obras, chamou o Barão de Eschwege, que se inspirou nos palácios da Baviera para construir este notável edifício. O rei consorte adoptou para o palácio formas arquitectónicas e decorativas portuguesas, ao gosto revivalista (neo-gótico, neo-manuelino, neo-islâmico, neo-renascentista) imbuído do espírito Wagneriano dos castelos Schinkel do centro da Europa e na envolvência decidiu fazer um magnífico parque à inglesa, com as mais variadas espécies arbóreas exóticas.
No interior, ainda decorado ao gosto dos reis que aí viveram, destaca-se a capela, onde se pode ver um magnífico retábulo em mármore alabastro atribuído a Nicolau Chanterenne (um dos arquitectos do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa). Merece referência também as pinturas murais em trompe l’oeil e os revestimentos em azulejo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Praia da Adraga (Sintra)



Agreste, selvagem, de um azul intenso..... simplesmente bela. O local é de uma beleza invulgar, conjugando o ambiente de montanha com o de praia.
Foi assim que a Praia da Adraga foi adjectivada por um dos jornais de referência do Reino Unido – o “Sunday Times” – , que elaborou um “ranking” das melhores praias da Europa.
Nesse ranking, realizado com base numa sondagem junto de turistas ingleses (conhecidos por serem grandes viajantes e, ainda por cima, muito exigentes), a Praia da Adraga surge em 3º lugar. Ou seja, a Adraga é, portanto, a terceira melhor praia da Europa.
O acesso à Praia é bastante sinuoso e só pode fazer-se de automóvel, através de uma estrada que desce entre montanhas, deixando a dúvida se realmente nos estamos a dirigir para uma praia. Mas, alguns minutos depois de passar Colares e Almoçageme, é com algum fascínio que, entre dois enormes montes, surge o azul do mar da Adraga. Um crescente de areia, encaixado entre altas arribas e o magnífico oceano Atlântico, esta praia pode ser selvagem e maravilhosa, oferecendo ainda excelentes condições para a prática do surf.
É, no entanto, extremamente frequentada, havendo mesmo dificuldades em termos de estacionamento, o que se ultrapassa com uma boa dose de paciência. Contudo, esta será uma boa altura para visitar este paraíso na terra, já que a maior afluência se verifica no Verão. Situada entre falésias, tem um mar considerado perigoso devido às suas correntes, no entanto por estar protegida pelas arribas não está tão exposta às fortes rajadas de vento, normais nesta área.

domingo, 31 de maio de 2009

Pedra da Ursa (Sintra)



A Pedra da Ursa, bem como as outras ilhotas rochosas sobranceiras a esta praia são calcários jurássicos.
Os mais desatentos nem dão por ela, mas na estrada para o Cabo da Roca, uma velha placa de pedra indica o caminho de terra para a Ursa. A estrada, cheia de buracos e pedras pontiagudas, é um primeiro aviso para o que vem a seguir. Protegida por altas falésias e um acesso perigoso o suficiente para a manter a salvo de grandes enchentes, a Ursa é um verdadeiro tesouro para quem gosta de sossego e isolamento, impossível de conseguir nas praias vizinhas de Sintra e de Cascais. A estrada de terra termina num local ermo com vista para o mar e para chegar ao areal, desde o alto, é ainda necessário caminhar cerca de dois quilómetros, pelas estreitas e escorregadias veredas que sulcam a encosta. O percurso demora cerca de uma hora, a que se acrescentam mais 90 minutos para o regresso, porque a subir custa mais. Aconselha-se o uso de calçado desportivo, bem como bastante cautela nos troços com pedras soltas. Uma vez chegados lá abaixo, a vista é assombrosa, com as colossais pedras da Ursa e Gigante, dois enormes monolitos naturais que se erguem do mar, a dominarem toda a paisagem. Durante a maré baixa, é possível explorar as enseadas da Palaia (a sul) e a do Pesqueiro do Abrigo (a norte). Entre elas, estende-se um areal com cerca de 50 metros, quase só frequentado por pescadores à linha e adeptos do naturismo.
Uma lenda conta que há muitos milhares de anos, quando a terra estava coberta de gelo, aqui vivia uma ursa e seus filhotes. Quando o degelo começou, os Deuses avisaram todos os animais para abandonarem a beira-mar, mas a ursa, teimosa, recusou-se pois ali tinha nascido e ali queria ficar. Os Deuses enfurecidos transformaram a ursa em pedra e os seus filhotes em pequenos calhaus dispersos à volta da mãe e ali ficaram para sempre dando assim o nome à praia.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Parque de Monserrate (Sintra)



O Parque de Monserrate constitui um dos mais notáveis exemplos de jardins românticos em Portugal, fruto das contribuições dos seus proprietários e arrendatários que, desde os finais do século XVIII, o foram enriquecendo sucessivamente.
Os primeiros registos de Monserrate remontam a cerca de 10 séculos atrás, época da ocupação muçulmana da Península Ibérica. Já em meados do século XVI, a propriedade pertencia ao Hospital de Todos-os-Santos, em Lisboa, cujo reitor, o abade Gaspar Preto, se deixou encantar pela virgem negra de Monserrate, na Catalunha. Então, mandou fazer uma estátua da santa e erigir uma pequena capela para albergá-la, no lugar onde está hoje o Palácio.
Em 1856 a quinta de Monserrate é comprada à família Mello e Castro por Francis Cook, um milionário inglês, comerciante de têxteis que manda refazer o palácio, agora ao gosto neo-mourisco, e que cria um notável jardim paisagístico, inspirado pelo romantismo inglês.
Todo o edifício consiste numa delicada obra de arte: desde os relevos das paredes aos preciosos painéis de alabastro, passando pela engenhosa escadaria até às abóbadas “rendilhadas”, por detrás das quais eram colocados painéis coloridos para criar jogos cromáticos a partir da luz do sol. A construção é perfeitamente simétrica e milimetricamente alinhada com os pontos cardeais; de tal forma que, mesmo em pleno inverno, não era necessário aos seus habitantes o recurso ao sofisticado sistema de aquecimento central.
Monserrate oferece-nos hoje a possibilidade de fruição de um ambiente característico de um jardim romântico à inglesa, para além da contemplação de um património arquitectónico de referência e o conhecimento de inúmeras espécies botânicas de grande notoriedade.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Quinta da Regaleira (Sintra)



O Palácio da Quinta da Regaleira foi construído no início do séc. XX pelo milionário António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920) que aqui conseguiu concretizar um dos seus sonhos, com a ajuda do arquitecto cenógrafo Luigi Manini (1848-1936), responsável também pelo Palácio do Buçaco. Envolvido por uma vegetação luxuriante, o Palácio da Regaleira é uma descoberta fascinante.
O Palácio foi construído em estilo romântico revivalista recuperando formas arquitectónicas e decorativas góticas, manuelinas e renascentistas, misturadas com simbologia mítica e esotérica. Está rodeado de jardins românticos, fontes e grutas ricamente adornadas escavadas na terra, que se cruzam com riachos e minas de água. Porém, o complexo sistema de túneis que nos leva ao Poço Iniciático e termina na espectacular cascata é sem dúvida o ponto mais interessante da Quinta.
Lembra-se do Indiana Jones em busca do Templo Perdido? Vem a propósito, porque a porta do Poço Iniciático é na verdade uma grossa fatia de parede circular que gira sobre si mesma para nos revelar a entrada do local. São 27 metros de profundidade que terminam num bonito chão de mosaico, o qual tem uma estrela de oito pontas gravada, a estrela dos Templários. As paredes exteriores do Poço são de pedra e encontram-se cobertas de musgo que se enrolam em espiral até ao fundo, pois são 135 degraus e nove lanços de 15 degraus cada.
O cunho maçónico não é consensual, e até os próprios guias admitem outras interpretações para os sinais que se encontram, que têm diversos significados também no mundo cristão e isotérico.


domingo, 24 de maio de 2009

Azenhas do Mar (Sintra)


Verdadeira obra-prima da arquitectura popular, esta aldeia estende-se em socalcos pela arriba acima. O casario, quase todo pintado de branco, enquadra uma pequena baía onde foi construída uma piscina oceânica escavada na rocha. É uma povoação muito antiga, cujas origens se perdem na memória dos tempos. Datam provavelmente do período da ocupação Árabe os primeiros moinhos de água, as populares Azenhas, que deram nome à povoação. O Miradouro das Azenhas do Mar está construído sobre arribas que descem sem medo até ao Oceano. É um local muito frequentado tanto no Verão como no Inverno, pela grandiosidade da vista que proporciona. Ali, pode apreciar-se o Oceano Atlântico em todo o seu esplendor apesar de o seu areal não ultrapassar os 30 metros, e mesmo esses escassos metros dependem muito do Inverno, pois é ele que determina a extensão do areal todos os anos.