terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Procissão de Archotes (Amiais de Baixo - Santarém)





A procissão de archotes de Amiais de Baixo é uma manifestação popular com vários anos e é realizada habitualmente no sábado do fim-de-semana em que se realizam as festas da terra. Esta procissão percorre um percurso dentro da vila até ao cemitério, onde a população vai buscar uma imagem do arcanjo S.Miguel que é trazido em seguida, numa outra procissão, para a igreja da freguesia. As festas da freguesia decorrem de 05 a 09 de Fevereiro, remontando as suas origens a 1847, altura em que se realizavam a 20 de Janeiro. Posteriormente, passaram a realizar-se desde o sábado anterior ao Domingo Magro até à terça-feira seguinte, tendo o seu nome passado de "Festa em Honra de São Sebastião" para a designação actual, segundo dizem, numa alusão ao "martírio dos homens de Amiais, obrigados a longos períodos de ausência passados nos pinhais", referência a este povo de serradores, que sempre regulou o seu calendário de trabalho para poder estar presente na Festa, tendo em conta que muitos destes homens chegavam a ir a casa apenas no Natal, Festa ou Páscoa. Há algumas décadas, na procissão, os homens caminhavam descalços, em passo acelerado, segurando compridos liames de verdura entrelaçada que os ligava entre si.

Este ano, inscreveu o seu nome no Livro dos Recordes do Guiness ao conseguir que 624 pessoas participassem na procissão com archotes em fogo ao longo de uma milha terrestre (1620 metros). O anterior recorde pertencia a uma localidade sueca com 407 participantes. Feito de baracejo seco e entrançado e embebido em breu, o archote tem cerca de 80 centímetros e é revestido na zona onde será seguro por um pedaço de papel .

Outro dos pontos altos da Festa é o fogo-de-artifício que evoluiu da beleza e simplicidade de algumas "rodas-de-fogo" (chamadas outrora "fogo-de-jardim") e de uns quantos foguetes de lágrimas, para um fogo-de-artifício de uma complexidade monumental, inigualável no Distrito e que todos os anos traz uma multidão de visitantes a Amiais de Baixo.

4 comentários:

Teresa Diniz disse...

Olá Dylan
Assisti a essa extraordinária procissão já há muitos anos, quando dei aulas em Alcanena.
Obrigada por me teres feito recordar.

Angela Ladeiro disse...

Nunca vi ao vivo e fiquei com muita vontade. Deve ser lindíssimo. Boa documentação e ilustração...

Maria Ribeiro disse...

Dylan: mais um "retrato" deste nosso país, massacrado por políticas soezes, que permanece, no entanto, intacto na ingenuidade e tipicismo das suas gentes!
Obrigada por mais este teu lindo POST.
BEIJOS DE
LUSIBERO

Valentim Coelho disse...

é uma tradição que eu desconhecia
cumprimentos