segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Anta de Pavia (Capela de São Dinis) - Mora


Foto de "Portuguese Eyes"

Classificada como "Monumento Nacional" em 1910, a "Anta de Pavia" foi erguida entre o IV milénio a. C. e o III milénio a. C de modo relativamente isolado numa planície de Mora, na aldeia de Pavia. Anta de grandes dimensões, da qual subsistem hoje apenas os sete esteios da câmara, de forma poligonal, com 4,5 metros de diâmetro e 3,3 metros de altura, coberta por uma grande laje. A anta foi transformada em capela de invocação a S. Dinis, possivelmente no início do século XVII - muito possivelmente com base no protótipo da Anta/Capela de S. Brissos, situada em Santiago do Escoural -, tendo sido acrescentado na entrada da câmara um alçado, onde se abre uma porta em arco, sobre a qual, uma discreta cornija suporta um frontão pouco destacado. Uma cruz eleva-se sobre o frontão sendo ladeada a norte por um pequeno campanário. Os espaços existentes entre os esteios foram preenchidos por argamassa. No interior da câmara, cujo piso se encontra lajeado, e em posição um pouco mais elevada, foi construído frente à porta um pequeno altar, revestido a azulejos. Sobre o altar, encontra-se uma pequena imagem que pretende representar S. Dinis.
A anta foi escavada por Virgílio Correia nos primeiros anos deste século, sendo o escasso espólio constituido por fragmentos de cerâmica, de placas de xisto, duas das quais inteiras, e objectos de pedra polida. Foram ainda identificados, no interior da câmara, pequenos nichos formados por lajes de pedra, o que leva a supor que esta estivesse compartimentada para conter unidades sepulcrais individualizadas ou enterramentos secundários.
Deste dolmen monumental, consagrado a templo cristão em época antiga mas desconhecida, anteriormente a 1625, data em que já existia com a designação de S. Dinis, sairam das escavações com destino ao Museu Arqueológico de Belém, várias peças de cerâmica e placas-ídolos de lousa e sentido iconográfico do paganismo.

13 comentários:

Alexandrina Areias disse...

Mas que Capela tão original! Aproveitar uma Anta e transformá-la numa Capela foi uma idéia bastante original...
Obrigado por nos dar a conhecer um pouco melhor este 'nosso' Portugal...
Continuação de um excelente trabalho.

AA

Isa GT disse...

Um monumento megalítico construido Antes de Cristo e que depois serviu para ser transformado em capela, uma ideia antiga mas sempre actual.
Um país que, mesmo por razões diferentes, sempre gostou e ainda gosta, de se apropriar do património público :-)

anamoris disse...

Conheço muito bem. O Vimeiro o meu poiso Alentejano é muito perto de Pavia.
Continuas a fazer um excelente trabalho de divulgação do nosso Portugal profundo.
Muito Obrigada.

Laurus nobilis disse...

Esta tentativa de cristianização de tudo o que era pagão, irrita-me um bocado...

Pronúncia disse...

Conheço a "Senhora da Lapa" que é do género, mas ainda mais impressionante, já que o rochedo é bem maior...

Teresa Diniz disse...

Um monumento muito interessante. Mais uma boa ideia para um passeio de fim de semana.

J.G. disse...

Muito interessante o seu artigo sobre esta anta transformada em capela. Prefiro as antas que não foram adaptadas, mas, apesar de tudo, esta mantém a sua monumentalidade.
Agradeço que me tenha chamado a atenção para o seu trabalho.

aespumadosdias disse...

Já lá estive. Achei muito interessante.

Valentim Coelho disse...

Ola,
estes monumentos são testemunhos de um passado muito remoto.
Cumprimentos

M.Eugenia disse...

Si las piedras hablaran cuanto nos podrían contar estas.
Saludos

Anónimo disse...

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Francisco José Rito disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
isabel tiago disse...

Bom dia

Tive muito gosto em conhecer o seu espaço o qual já adicionei na barra lateral do meu blog para não perder o contacto e a referência.
Quero também agradecer-lhe o comentário feito no meu post sobre a aldeia do xisto, Cerdeira a qual só conheci a semana passada e num dia muito chuvoso. No entanto, posso dizer que apesar ads condições de tempo estarem assim, os locais que visitámos estavam espantosamente lindos. Segundo o meu filho que látinha estado há uns dias nos mesmos locais, o tempo estava a condizer com a antiguidade destas aldeias. Pareciam mesmo cenas irreais!!!
Aproveito a oportunidade para felicitá-lo pelo género do seu blog que aprecio, gostei deste post em particular pelo historil que descreve mas oportunamente virei aqui com mais disponibilidade pois este género de blog merece ser visto e lido com atenção.
Desejo-lhe muito sucesso e espero que de alguma forma possa continuar a gostar do meu espaço virtual.

Tenha uma boa semana.

Isabel Tiago