As cascatas de Fervença resultam de acidente geológico onde o rio Leça despenha-se de uma altura de 20 metros. O Parque de Lazer de Valinhas, com o seu magnífico carvalhal, tem uma pequena rota (PR1) que faz o acesso às quedas de água. O caminho é um pouco acidentado no início mas fácil de percorrer até ao miradouro. O rio nasce perto daqui, a cerca de 400 metros de altitude, em Redundo, Monte Córdova, e por isso podemos encontrar situações de melhor qualidade ecológica em comparação com a poluição que o seu trajecto traz a montante, em direcção ao mar.
Este blog serve para identificar lugares recônditos do país, tradições, sítios com história, ou simplesmente lugares naturais de uma beleza deslumbrante. Urge preservar esses espaços para as gerações futuras afim de termos orgulho da nossa essência lusitana.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
domingo, 18 de novembro de 2018
Cascata da Cabreia (Silva Escura) - Sever do Vouga
A Cascata da Cabreia é um local fantástico, onde o rio Mau despenha-se de uma altura de 25 metros. O espaço foi recentemente recuperado, e convida ao relaxamento, à frescura e ao romantismo. O bosque frondoso que se situa a jusante tem um ecossistema bastante interessante, e ainda dispõe de mesas para piqueniques e água potável. Existe uma lenda que diz que os mouros deixaram cair uma grade de ouro na base da queda de água.
sábado, 20 de outubro de 2018
Portal do Inferno (U.F. Covelo do Paivó e Janarde) - Arouca
No limite entre os municípios de Arouca e São Pedro do Sul, no extremo oriental do Maciço da Gralheira, situa-se o Portal do Inferno, um miradouro situado em plena Serra da Arada, a cerca de 1000 metros de altitude. O Portal do Inferno é uma espécie de abismo, onde a Estrada Municipal 567 estreita ao passar por duas vertentes íngremes. Pelas vertigens, pelas curvas e contracurvas, dizem que o Diabo andou por aqui, amedrontando durante muito tempo todos os que por ali passaram, existindo mesmo a lenda "do morto que matou o vivo". Este local é referenciado como um Geosítio do Arouca Geopark, nomeadamente as rochas que foram moldadas pelos agentes de geodinâmica externa, os vales escarpados no xisto e especialmente “a garra”, que não é mais que montanha cortada por diversas linhas de água profundas que lembram a separação de dedos de uma garra de uma ave.
N.B.: Esqueçam as selfies, este é um sítio belo mas também muito perigoso, nomeadamente a estrada onde só cabe um carro de cada vez. Por se situar a grande altitude, entre dois vales escarpados, é comum vento forte. Qualquer distracção pode ser fatal, por isso recomendo deixar o automóvel o mais longe possível e fazer uma pequena caminhada no asfalto.
domingo, 9 de setembro de 2018
Praia de Galapinhos (Setúbal)
Confesso que estava com grande expectativa para visitar esta praia, ainda para mais depois de ter sido eleita a melhor praia da Europa, em 2017, por um site dedicado no sector do turismo e que premeia os melhores destinos turísticos da Europa em diversas categorias.
A praia semi-natural inserida no Parque Natural da Arrábida, em Setúbal, é realmente de uma beleza estonteante, uma baía de águas calmas mas frias, esverdeadas, de uma areia muito branca, mas é discutível ser a "melhor da Europa".
Da estrada até ao areal, o caminho não sinalizado é péssimo, não aconselhável a crianças pequenas pois trata-se de uma descida entre a vegetação em escadas de terra e toros de madeira desfeitos! Em maré cheia o areal torna-se diminuto, aliás como em toda esta zona que tem vindo a perder areia ao longo dos últimos anos.
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
Castelo de Aguiar da Pena - Vila Pouca de Aguiar
No lugar de Castelo, freguesia de Telões, concelho de Vila Pouca de Aguiar, estende-se uma fortificação como nunca vi, apoiada em fragas graníticas, combinando o aproveitamento da natureza (rochedos) com o talento humano. Fantástico é também o carvalhal que envolve o caminho até ao Castelo de Aguiar da Pena e o miradouro sobre o Vale de Aguiar, onde as águias que deram o nome a estas terras voam perto de nós.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Bairro do Quelho (Salzedas) - Tarouca
O Bairro do Quelho é um sítio desconhecido mas com uma riqueza histórica extraordinária. Quando lá entrei parece que recuei à época medieval. É quase certo que foi uma judiaria sefardita, com ruelas estreitas, labirínticas, de construções rurais com alpendres em madeira, na sua maioria de três pisos, servindo o primeiro para o abrigo dos animais e os restantes pisos para habitação e comércio. É de lamentar o estado de ruína do local, a falta de visão turística do Estado e a pouca vontade em adquirir aquele espaço ligando-o à Rede de Judiarias da Beira, daquela que foi das mais importantes comunidades da Península Ibérica durante a Idade Média.
#rededejudiarias #valedovarosa #judeus #Tarouca #Salzedas
segunda-feira, 2 de julho de 2018
Praia do Carvalhal (Brejão - São Teotónio) - Odemira
Enquadrada num vale do Parque Natural da Costa Vicentina, a praia do Carvalhal é ladeada por altas arribas de xisto que a protegem e é recortada pela Ribeira do Barranco do Carvalhal que a atravessa, onde os mais pequenos podem tomar banho quando as investidas do mar são mais violentas. A sua forma é semelhante à praia da Zambujeira do Mar, que se situa poucos quilómetros a norte, uma baía de grande extensão de areia e de águas límpidas. Também é confundida com a outra do mesmo nome, no concelho de Grândola.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Praia do Rodanho - (Vila Nova de Anha) Viana do Castelo
Se existem praias de uma beleza natural invulgar esta é uma delas. Estendo-se por dois quilómetros, a quase selvagem Praia do Rodanho tem uma das dunas de maior altitude do norte de Portugal, protegida por longos percursos entre passadiços de madeira, dos quais é possível apreciar a fauna e flora. Aqui desagua a ribeira da Anha que contribui para valores ambientais únicos. Com a recente criação da Ecovia do Litoral Norte, a criação de uma rede de circuitos cicláveis e pedonais, tornou acessível esta praia nomeadamente a quem procura sossego sem descuidar a oferta ambiental e turística.
domingo, 8 de abril de 2018
Mafómedes (Baião)
Há muitos anos que tinha o desejo de conhecer Mafómedes, a aldeia mais remota do distrito do Porto, isolada na serra do Marão. Só em 2008 ganhou uma estrada, construída por cima daquele caminho de terra, sinuoso e esburacado que a ligava ao concelho de Baião. Foi também graças a Jorge Sampaio que a aldeia ficou no mapa, pois em visita ao lugar conheceu duas gémeas de 10 anos com bom aproveitamento escolar, mas cujos pais, por dificuldades económicas e de acesso, as impediam de continuar a estudar. O então presidente da República da altura convenceu os pais das crianças a deixarem-nas regressar à escola e prontificou-se a mudar o cenário dos habitantes locais. Fiz-me então ao caminho para ver as "150 cabras, 14 cães, 4 vacas, 23 pessoas" e a Tasca do Valado, restaurante de qualidade, erguido por alguém - o verdadeiro empreendedor - que não teve medo de apostar no turismo e restauração, neste paraíso longínquo. A maior parte dos habitantes dedica-se à pastorícia e a uma agricultura familiar de subsistência.
#mafomedes #tascadovalado #baiao #serradomaraoquarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Lama de Arcos (Chaves)
Ao fundo, a Igreja "espanhola"
Vista da aldeia com a Igreja portuguesa à esquerda
A norte da caleira seria território espanhol
A norte da caleira seria território espanhol
Também chamada de Lamadarcos, esta aldeia tem uma particularidade que a distingue de todas as outras do país: tem duas igrejas, uma "espanhola", por antigamente ficar do lado espanhol da aldeia, e a portuguesa, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, de sabor românico tardio. A explicação é simples, a sua história está ligada às antigas aldeias promíscuas, divididas ao meio pela fronteira raiana, a extinta república do Couto Misto (Mixto). Um local com leis próprias, independente de Portugal e Espanha, apesar de estar dentro dos seus territórios, em que cada cidadão podia optar pela nacionalidade que quisesse, se quisesse, em que não se cumpria serviço militar, não se usava documentos de identificação pessoal e as transacções comerciais eram feita sem pagar impostos. O Tratado de Lisboa, de 1864, definiu as fronteiras e aboliu o "reino maravilhoso": Tourém (Montalegre), Lama de Arcos, Cambedo e Soutelinho da Raia (Chaves); Rubiás, Meaus e Santiago (Galiza).
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-10-18-Republica-do-Couto-Misto-uma-uniao-entre-Portugal-e-Espanha